O corte de juros nos EUA anunciado nesta quarta-feira (29/10) levou a taxa básica para a faixa entre 3,75% e 4%. Este é o segundo ajuste consecutivo do Federal Reserve (Fed) neste ano. O recuo de 0,25 ponto percentual foi acompanhado da decisão de retomar compras limitadas de Treasuries. Segundo a CNN, trata-se da taxa básica de juros mais baixa dos últimos três anos.
Política monetária de corte de juros busca conter riscos ao emprego nos EUA
A redução na taxa de juros adotada pelo Federal Reserve tem como objetivo sustentar o mercado de trabalho em meio à desaceleração econômica e à escassez de dados durante a paralisação do governo americano.
O Federal Open Market Committee (FOMC) destacou em comunicado que “os riscos negativos ao emprego aumentaram nos últimos meses”, reforçando a preocupação com a desaceleração da atividade econômica. O documento também reconhece que, mesmo com o alívio monetário, a inflação continua elevada, o que exige cautela nos próximos passos.
Com o novo corte de juros e a taxa agora entre 3,75% e 4%, o Fed busca aliviar custos de financiamento nos EUA e preservar contratações. Porém, a instituição visa fazer isso sem abandonar a cautela diante da inflação ainda elevada. Mesmo com desemprego em leve alta, o índice permanece baixo em termos históricos. Isso pode ser um sinal de que o banco central tenta equilibrar estímulo e prudência para evitar um recuo mais acentuado na geração de empregos.
Devido à atual paralisação do governo dos EUA, o Fed enfrenta limitações na coleta de dados macroeconômicos, o que aumenta a incerteza sobre o ritmo de expansão da economia. Ainda assim, o Comitê avaliou que a atividade segue em “ritmo moderado”, com desemprego em leve alta, mas em níveis historicamente baixos.
Divergências internas revelam dilemas da política monetária norte-americana
Internamente, a decisão de corte de juros nos EUA dividiu o colegiado. Stephen Miran, membro do conselho do Fed, defendeu um corte mais profundo. Já Jeffrey Schmid, presidente do Fed de Kansas City, votou contra qualquer redução adicional, citando o risco de reaquecer a inflação. Dessa forma, a divergência mostra o equilíbrio delicado entre sustentar o crescimento e conter pressões de preços.
A partir de 1º de dezembro, o Fed manterá o tamanho total de seu balanço patrimonial estável. Porém, passará a reinvestir títulos hipotecários vencidos em Treasuries. A medida busca preservar liquidez e sinaliza que, embora o ciclo de afrouxamento monetário esteja em curso, com redução de juros, o banco central atua com prudência para evitar desequilíbrios.










