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Robôs cuidadores desafiam ética e mudam o conceito de cuidado humano

O avanço dos robôs cuidadores em países como Japão e Reino Unido está transformando a forma como idosos são assistidos. Projetos que unem engenharia e inteligência artificial buscam suprir a falta de cuidadores, mas levantam dilemas éticos sobre privacidade, empatia e responsabilidade. Pesquisadores defendem que a IA no cuidado humano precisa ser transparente e supervisionada, garantindo que a tecnologia amplie o bem-estar sem eliminar o vínculo emocional entre pessoas e máquinas.
robôs cuidadores auxiliando idosos em ambiente doméstico
Robôs cuidadores começam a ser testados em casas de repouso e lares na Europa e no Japão, combinando inteligência artificial, empatia programada e desafios éticos no cuidado humano. (Fonte: CCNull)

O avanço dos robôs cuidadores reacende o debate sobre o papel da empatia em um mundo cada vez mais automatizado. Com o envelhecimento populacional e a escassez de profissionais de saúde, países como Japão, Reino Unido e Dinamarca recorrem à robótica para garantir atenção e segurança a idosos.

Conforme publicado pela BBC, no Reino Unido, a empresa Shadow Robot desenvolve máquinas capazes de varrer o chão, preparar refeições e realizar tarefas básicas de assistência.

O diretor Rich Walker afirmou em entrevista que “o objetivo é construir robôs capazes de melhorar a qualidade de vida das pessoas vulneráveis”.

O desafio atual está na criação de uma mão robótica com 100 sensores, capaz de reproduzir a destreza humana, um avanço técnico que pode redefinir o conceito de cuidado.

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Robôs cuidadores em lares e hospitais

O Japão lidera a adoção dessa tecnologia. O governo local subsidia há mais de uma década projetos voltados a casas de repouso, testando desde andadores automatizados até foca terapêutica e robôs humanoides como o Pepper, programado para estimular atividades em grupo.

O professor James Wright, da Queen Mary University, acompanhou o uso desses equipamentos e observou benefícios limitados: os robôs ampliaram a interação dos idosos, mas aumentaram a carga de trabalho dos cuidadores, exigindo limpeza e manutenção contínuas.

Na Dinamarca, o engenheiro Guggi Kofod trabalha em músculos artificiais que imitam tecidos humanos. O material, desenvolvido em parceria com a Shadow Robot, se expande e contrai com eletricidade, aproximando as máquinas da biologia.

Conheça Rich Walker, o dono da empresa Shadow Robot:

Ética e regulação da nova assistência com robôs cuidadores

A expansão dos robôs cuidadores traz dilemas sobre confiança, privacidade e o risco de desumanização.

Gopal Ramchurn, professor da University of Southampton, defende que “essa indústria deve se tornar gigantesca diante da demanda crescente por cuidadores”, mas alerta que é preciso criar normas claras para garantir que a tecnologia “trabalhe a nosso favor e não o contrário”.

O debate sobre ética com inteligência artificial avança na mesma direção. À medida que algoritmos passam a tomar decisões sobre saúde, segurança e bem-estar, cresce a necessidade de transparência nos sistemas e de supervisão humana constante.

Especialistas defendem que empatia programada não substitui julgamento moral, e que a IA no cuidado deve ser guiada por princípios de dignidade e responsabilidade social

Entre humanos e máquinas de cuidado

A robótica social, variação emergente da assistência automatizada, começa a moldar novas formas de convivência emocional entre pessoas e máquinas, como é o caso da Shadow Robot. À medida que os robôs cuidadores se tornam mais presentes, o desafio global será equilibrar eficiência tecnológica com empatia humana — um teste não apenas de engenharia, mas de valores.

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