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Fim do Drex: Banco Central dá adeus ao real digital e vira a página das moedas virtuais

O fim do Drex marca uma reviravolta significativa na trajetória do real digital no Brasil. Após quatro anos de testes, o Banco Central decidiu encerrar a plataforma, alinhando-se a uma tendência global de cautela em relação às moedas digitais estatais. Com a promessa de construir uma nova infraestrutura, o BC prioriza a reaproximação com o setor privado e a exploração de soluções mais práticas, como o Pix e o Open Finance. O que isso significa para o futuro da digitalização financeira no país? Descubra como essa mudança pode moldar o cenário econômico brasileiro.
Fim do Drex marca o encerramento do real digital pelo Banco Central
O Banco Central desliga a plataforma do Drex, o real digital, após quatro anos de testes e promete uma nova infraestrutura sem uso de blockchain. (Imagem: Agência Brasil/Rafa Neddermeyer)

Na segunda-feira (03/11), o fim do Drex foi confirmado pelo Banco Central (BC), que decidiu desligar a plataforma do real digital após quatro anos de testes. A plataforma deve sair do ar na próxima segunda-feira (10/11). A informação foi dada pelo portal BlockNews. O encerramento encerra também a primeira tentativa brasileira de criar uma moeda digital de banco central (CBDC).

O BC promete construir uma nova infraestrutura, mas sem confirmar o uso da tecnologia blockchain que sustentava o projeto original.

A decisão representa um recuo estratégico em relação à política digital conduzida desde 2021. Segundo o Blocknews, o BC comunicou aos consórcios participantes do piloto que a rede Hyperledger Besu, base do Drex, não atendeu a requisitos de privacidade e segurança considerados essenciais para operações financeiras.

A mudança ocorre após o órgão já ter indicado, em agosto, que não avançaria para a Fase 3 dos testes.

Fim do Drex e o recuo do Banco Central

O fim do Drex alinha o Brasil a um grupo crescente de países que decidiram reduzir o ritmo de experimentação com moedas digitais estatais. De acordo com estudo da Nexa Finance, publicado em outubro, 137 nações investigam o uso de CBDCs, mas apenas cinco avançaram para a etapa de desenvolvimento.

O recuo brasileiro se insere nesse contexto de prudência regulatória, em meio a críticas sobre riscos de vigilância e custos de implementação.

Leia Também: Projeção da taxa Selic: Copom volta a se reunir para definir rumos da taxa básica de juros

Durante reunião interna com a área de tecnologia, o BC informou que o novo modelo começará “do zero”, priorizando primeiro os casos de uso, como Open Finance, Pix e investimentos, antes de definir uma nova infraestrutura. Essa inversão de etapas reflete uma tentativa de reaproximação com o setor privado, segundo participantes do encontro.

Reação do mercado e novos rumos

O encerramento do projeto dividiu o mercado financeiro. Analistas avaliam que a fase 2 do piloto Drex cumpriu seu papel, mas que precisam de evolução para atender aos critérios do BC.

A iniciativa liberou espaço para modelos de negócio mais flexíveis, sem as restrições impostas pelo piloto estatal. Apesar do cancelamento, a plataforma participou de novas iniciativas em 2025, como a digitalização do financiamento de imóveis com a Caixa.

Algumas empresas prometem seguir investindo em tokenização e produtos financeiros digitais, mas outras optaram por redirecionar recursos para inteligência artificial. Isso ocorreu principalmente devido aos altos custos de participação nos testes.

Há quem veja no Pix uma alternativa natural para liquidações digitais sem necessidade de blockchain, um caminho que o BC pode explorar em sua nova fase.

Um passo atrás para repensar o real digital

O encerramento do projeto Drex indica que o Brasil se distancia do entusiasmo inicial com as CBDCs, mas não abandona a digitalização do sistema financeiro. O BC deve retomar o tema sob nova lógica, com menos tecnologia de ponta e mais aderência prática a instrumentos já consolidados. Por exemplo, instrumentos como o Pix e o Open Finance.

O resultado pode ser um modelo híbrido, mais seguro e conectado à economia real, um recuo tático que preserva o protagonismo do BC na transformação digital do país.

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