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Produção industrial em setembro recua 0,4% e mantém alta de 2% no ano, aponta IBGE

A produção industrial em setembro recuou 0,4% frente a agosto, segundo o IBGE, interrompendo dois meses de alta. Apesar da queda, o setor mantém crescimento de 2,0% em relação a setembro de 2024 e acumula 1,0% no ano. O recuo foi puxado por produtos farmoquímicos, veículos e indústrias extrativas, enquanto alimentos, fumo e madeira sustentaram parte do resultado. Entre as categorias econômicas, apenas bens de capital tiveram leve alta, de 0,1%, sinalizando estabilidade na atividade industrial brasileira.
Produção industrial em setembro mostra recuo de 0,4% segundo IBGE
Produção industrial em setembro caiu 0,4% frente a agosto, mas manteve alta de 2% no comparativo anual, segundo o IBGE. (Foto: Freepik)

A produção industrial em setembro recuou 0,4% frente a agosto de 2025, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em estudo divulgado nesta terça-feira (04/11). Apesar da queda, o setor mantém trajetória levemente positiva: na comparação com setembro de 2024, houve alta de 2,0%, enquanto o acumulado do ano subiu 1,0% e o dos últimos 12 meses avançou 1,5%.

A leve oscilação encerra dois meses de crescimento, mas não muda a tendência de estabilidade observada no segundo semestre. O índice de média móvel trimestral registrou variação de +0,1%, o que sinaliza que o ritmo produtivo segue praticamente inalterado.

O que mais influenciou a produção industrial em setembro

Entre as grandes categorias econômicas, o IBGE observou:

  • Bens de capital: alta de 0,1%, único resultado positivo;
  • Bens intermediários: queda de 0,4%, após sequência de crescimento desde fevereiro;
  • Bens de consumo duráveis: recuo de 1,4%, a maior queda do mês;
  • Bens semiduráveis e não duráveis: leve baixa de 0,1%.

Esses movimentos mostram que a retração foi ampla, mas concentrada nos ramos de maior peso econômico, especialmente entre bens duráveis e intermediários.

O levantamento apontou que 12 dos 25 ramos industriais pesquisados reduziram a produção. Redução na confiança da indústria é apresentada como um dos fatores. As maiores quedas vieram de:

  • Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%), após quatro meses de alta;
  • Veículos automotores (-3,5%), revertendo parte dos ganhos do trimestre anterior;
  • Indústrias extrativas (-1,6%), ampliando a retração de agosto.

Outros setores, como confecção de vestuário (-2,9%) e outros equipamentos de transporte (-1,9%), também contribuíram para o desempenho negativo.

Por outro lado, alguns segmentos amorteceram o recuo geral da indústria:

  • Produtos alimentícios (+1,9%), com três meses seguidos de alta e ganho acumulado de 4,4%;
  • Fumo (+19,5%) e madeira (+5,5%), com forte recuperação pontual;
  • Borracha e plástico (+1,3%), bebidas (+1,1%) e metalurgia (+0,5%), que compensaram parte das perdas.

Esses ramos, voltados ao consumo básico e exportações pontuais, sustentaram a estabilidade relativa do resultado geral.

Produção industrial em setembro e desempenho setorial

Na comparação com setembro de 2024, a produção industrial em setembro cresceu 2,0%, com avanços expressivos em bens intermediários (+3,4%) e bens duráveis (+3,3%). O crescimento foi impulsionado por:

  • Automóveis (+4,4%);
  • Motocicletas (+16,0%);
  • Eletrodomésticos da linha marrom (+10,6%).

bens de capital (-1,7%) e semiduráveis (-0,8%) apresentaram retração. Segundo o IBGE, o resultado foi favorecido pelo maior número de dias úteis em 2025 (22 contra 21 em 2024), o que ampliou a base de produção mensal.

Panorama da indústria no acumulado do ano

De janeiro a setembro, o setor industrial acumulou alta de 1,0%, sustentada pelos seguintes segmentos:

  • Indústrias extrativas (+4,1%);
  • Máquinas e equipamentos (+6,4%);
  • Veículos automotores (+3,0%);
  • Produtos químicos (+2,4%).

Em contrapartida, coque e biocombustíveis (-4,2%) apresentaram a maior retração, pressionados pela queda na produção de álcool etílico.

O IBGE destaca que, embora o cenário seja de leve crescimento, o avanço da atividade industrial observada em setembro permanece frágil. Apesar disso, ainda está condicionado à retomada da demanda interna e a um ambiente externo mais favorável.

Perspectiva para o desempenho industrial

O desempenho industrial em setembro, segundo levantamento do IBGE, segue afetada por juros elevados e crédito restrito, fatores que ainda limitam investimento e consumo. Mesmo assim, o ganho acumulado de 1,5% em 12 meses demonstra resistência moderada do setor diante das oscilações de 2025.

A expectativa é que os próximos meses mantenham variações próximas à estabilidade, com melhor desempenho nos segmentos ligados à cadeia automotiva e a bens de consumo básicos, enquanto os setores dependentes de investimento devem seguir cautelosos.

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