A valorização da Palantir atingiu novo recorde no pregão da segunda-feira (03/11), consolidando a empresa como a ação mais cara do S&P 500. O salto de 165% em 2025 reflete o apetite de investidores por tecnologia de defesa e inteligência artificial. Segundo a Bloomberg, o valuation da Palantir chegou a 85 vezes a receita projetada para os próximos 12 meses. Trata-se de um múltiplo inédito no índice, o que gerou debate entre analistas do mercado.
A expectativa para o terceiro trimestre indica alta de 50% na receita e 70% no lucro ajustado por ação. Dessa forma, os números podem reforçar a valorização das ações da Palantir. O avanço, impulsionado por contratos públicos e novos clientes corporativos, mostra força, mas também desperta dúvidas sobre sua sustentação.
Valorização da Palantir se apoia na força do segmento público
A base da valorização da Palantir está nas origens da empresa, fundada em 2003 por Peter Thiel e Alex Karp para atender agências de inteligência dos EUA. O sistema Gotham, usado por forças armadas e órgãos de segurança em diversos países, responde por 55% da receita total e sustenta boa parte da alta da Palantir no mercado.
Além disso, a recente parceria com o Ministério da Defesa da Polônia e a certificação de segurança IL5 do Departamento de Defesa americano reforçam o papel estratégico da companhia em meio à expansão dos gastos militares globais.
Além dos contratos públicos, que ajudam a explicar o desempenho da Palantir, a empresa atua em áreas sensíveis como controle de fronteiras e análise de dados críticos. O envolvimento com temas de segurança e privacidade mantém o debate sobre ética no uso de IA. A Palantir sustenta que seus programas apenas analisam dados controlados pelos clientes, sem coleta direta de informações, em defesa de sua posição no mercado e da própria valorização.
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Expansão comercial e novas frentes de crescimento
Nos últimos trimestres, a valorização da Palantir também foi impulsionada pelo avanço no setor corporativo, responsável por 45% da receita. A plataforma Foundry, usada por empresas como Morgan Stanley, Merck e Airbus, vem ampliando contratos em energia, telecomunicações e saúde. O acordo recente com a Lumen Technologies reforça a entrada da companhia em soluções de IA para redes e infraestrutura, ampliando a base comercial e justificando parte da alta da Palantir.
Para Dan Ives, da Wedbush, o mercado ainda subestima o potencial comercial da companhia. Ives afirmou à Bloomberg que a Palantir está se transformando de uma empresa militar para uma plataforma corporativa de IA. Dessa forma, essa transformação pode sustentar a valorização das ações da companhia mesmo diante da especulação no mercado.
O que esperar da Palantir agora?
Apesar do otimismo, analistas alertam para riscos de correção após a alta da Palantir. Ainda assim, gestores como Vikram Rai, da First New York, mantêm apostas na companhia, vendo espaço para ganhos adicionais no desempenho da Palantir.
A trajetória recente mostra que a valorização da Palantir combina a força de contratos públicos com entusiasmo em torno da inteligência artificial. Caso o balanço do 3T25 confirme as projeções, a empresa pode consolidar-se como símbolo da integração entre defesa e IA corporativa. Portanto, a reação pós-balanço será o teste decisivo para avaliar se o valuation da Palantir se justifica por desempenho real ou apenas pela euforia do mercado.










