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Uso da IA no mundo: estudo da Microsoft expõe desigualdade global no acesso à tecnologia

O uso da IA no mundo alcançou 1,2 bilhão de pessoas e já é a tecnologia de adoção mais veloz da história, segundo o AI Diffusion Report 2025 da Microsoft. O levantamento, que avaliou 110 países, revela forte desigualdade: Emirados Árabes Unidos e Singapura lideram com mais de 58% da população utilizando ferramentas de IA, enquanto o Brasil ocupa a 60ª posição, com 15,6%. A pesquisa aponta que infraestrutura digital, educação técnica e diversidade linguística são os novos vetores de exclusão tecnológica, consolidando a IA como o principal divisor de produtividade global.
Uso de IA no mundo avança, mas de forma desigual.
O uso da IA no mundo avança rapidamente, mas de forma desigual entre países ricos e emergentes. (Foto: Freepik)

O uso da IA no mundo alcançou 1,2 bilhão de pessoas em menos de três anos, consolidando a inteligência artificial como a tecnologia de adoção mais veloz da história. O dado consta do relatório AI Diffusion Report 2025, publicado pelo Microsoft AI Economy Institute, neste mês. O estudo mapeia onde a IA é mais usada, desenvolvida e construída.

Segundo o levantamento, a expansão da tecnologia revela uma nova divisão global: países ricos concentram infraestrutura, energia estável e profissionais qualificados, enquanto nações emergentes ainda enfrentam limitações básicas de conectividade e alfabetização digital. Para o contexto da criação do documento, a Microsoft classifica a IA como o “novo divisor de produtividade” do século XXI.

Ranking dos países com maior uso de IA (Microsoft, 2025)

De acordo com o ranking de adoção global de IA divulgado pela Microsoft, os Emirados Árabes lideram entre 110 países. Já grandes potências tecnológicas, como Estados Unidos e Japão, ficaram entre os dez primeiros, mas de forma surpreendente não figuram entre os top 5.

  1. Emirados Árabes Unidos – 59,4%
  2. Singapura – 58,6%
  3. Noruega – 45,3%
  4. Irlanda – 41,7%
  5. França – 40,9%
  6. Espanha – 39,7%
  7. Nova Zelândia – 37,6%
  8. Reino Unido – 36,4%
  9. Holanda – 36,3%
  10. Catar – 35,7%
  11. 60. Brasil – 15,6%

Enquanto isso, o Brasil ficou na 60ª, na frente do Peru, mas atrás de vizinhos, como a Argentina (17,8%) e o Chile (19,6%).

Desigualdade digital e barreiras invisíveis

A Microsoft identificou três fatores que determinam o ritmo de uso da IA no mundo: infraestrutura elétrica e de dados, capacitação técnica e diversidade linguística. Portanto, segundo a empresa, a combinação desses elementos define quem participa e quem fica de fora da economia digital.

Além disso, foi constatado que menos de 30% da população global possui habilidades digitais suficientes para operar sistemas inteligentes de forma produtiva. O inglês representa 51% dos dados usados para treinar modelos, enquanto mais de 7 mil idiomas permanecem sub-representados.

Essa concentração, segundo o relatório, cria uma nova forma de exclusão digital e barra o avanço mundial da IA. Portanto, milhões de pessoas são deixadas à margem por não terem acesso a ferramentas que compreendam suas línguas e contextos culturais.

A consequência é econômica e social: países com infraestrutura consolidada ampliam a produtividade e exportam soluções baseadas em IA; enquanto economias em desenvolvimento dependem de tecnologias externas, reforçando um ciclo de dependência tecnológica.

América Latina e o papel do Brasil

Na América Latina, o uso de IA oscila entre 15% e 25% da população. O Brasil se destaca pela escala de mercado, mas ainda enfrenta gargalos estruturais. O país conta com 0,6 gigawatt de capacidade instalada em datacenters, frente a 53,7 GW nos Estados Unidos e 13,9 GW na China.

Especialistas apontam que o avanço brasileiro dependerá de investimentos em conectividade, educação técnica e infraestrutura energética. O relatório ressalta que políticas públicas articuladas com o setor privado podem impulsionar o país para um novo ciclo de inovação. Inclusive em setores como agronegócio, saúde e serviços financeiros, onde a IA tem potencial de ganho imediato de eficiência.

Caminhos para o avanço global da IA

O AI Diffusion Report conclui que o sucesso do uso da IA no mundo depende menos da velocidade de inovação e mais da capacidade dos países de torná-la acessível. Para reduzir desigualdades, a Microsoft recomenda ações coordenadas: ampliar o acesso à internet, fortalecer a educação técnica e garantir que modelos de linguagem incluam mais idiomas.

O relatório aponta que o avanço da IA mundial definirá o próximo mapa econômico global. Na visão da empresa, os países que democratizarem a tecnologia, colherão os maiores ganhos de produtividade nas próximas décadas.

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