A demanda por energia elétrica tem crescido nos Estados Unidos e nos países em desenvolvimento, impulsionada por múltiplos fatores. Nos EUA, a expansão do uso de veículos elétricos e a crescente aplicação de inteligência artificial em diversos setores estão exigindo mais energia. Paralelamente, nos países em desenvolvimento, a industrialização e o aumento do uso de equipamentos como ar-condicionado e lâmpadas intensificam o consumo de energia, muitas vezes ainda dependente de combustíveis fósseis, como o carvão.
Inteligência artificial e seu consumo excepcional
A inteligência artificial, em particular, tem se destacado como um grande consumidor de energia. Estudos indicam que treinar modelos avançados de IA, como o GPT-3 da OpenAI, pode consumir mais energia do que o uso diário contínuo desses modelos. Por exemplo, o treinamento de um modelo como o GPT-3 pode consumir cerca de 1.300 megawatts-hora, equivalente ao consumo anual de 130 residências nos Estados Unidos.
Demanda por energia da IA: previsões e desafios futuros
Estimativas sugerem que até 2026, o crescimento da indústria de IA poderá multiplicar a demanda por eletricidade por dez vezes comparado a 2023. Caroline Hargrove, CTO da Ceres Power, durante o evento IOT: Powering the Digital Economy, expressou preocupações sobre o consumo de energia associado à IA, destacando a necessidade de usar dados para reduzir esse consumo.
Comentários da indústria
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, mencionou em um podcast que as limitações de energia são um grande obstáculo para a expansão dos Data Centers de IA. A construção de instalações maiores está sendo retardada pela dificuldade em obter energia suficiente para operá-las, algo que ele prevê como um desafio contínuo para a indústria.
Alternativas energéticas
Sam Altman, chefe da OpenAI, aponta para a fusão nuclear como uma solução potencial para a demanda por energia da IA. No entanto, especialistas como Aneeqa Khan, pesquisadora em fusão nuclear na Universidade de Manchester, advertem que, embora promissora, a fusão nuclear provavelmente não estará pronta para uso comercial antes da segunda metade do século, sugerindo a necessidade de utilizar tecnologias de baixo carbono disponíveis atualmente. “Recriar as condições no centro do Sol na Terra é um grande desafio”, afirmou Khan. “A fusão já está muito atrasada para lidar com a crise climática”, continuou a pesquisadora, acrescentando que, “a curto prazo, precisamos usar tecnologias de baixo carbono existentes, como fissão e energias renováveis”.