O Banco do Brasil registrou um lucro de R$ 9,3 bilhões no primeiro trimestre de 2024, um crescimento de 8,8% em comparação ao mesmo período de 2023. Porém, houve uma queda de 1,5% em relação aos últimos três meses do ano passado.
A receita do banco superou as projeções de analistas consultados pela Bloomberg, que esperavam um lucro de R$ 9,129 bilhões. O retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL), indicador que mede a rentabilidade, ficou em 21,7%, representando um aumento anual de 0,67 ponto percentual, mas um recuo de 0,86 ponto percentual em comparação com o trimestre anterior.
A redução no resultado da tesouraria e na captação comercial contribuiu para o decréscimo no lucro trimestral. No entanto, a concessão de crédito continuou a crescer de forma consistente, somando R$ 1,138 trilhão, um aumento de 10,2% em comparação com os trimestres anteriores.
Para clientes pessoa física, os empréstimos subiram 1,4% no trimestre e 5,8% nos últimos 12 meses, puxados pelo crédito consignado, que cresceu 3,5% no trimestre e 10,3% anualmente. Já os empréstimos de crédito salário registraram um crescimento de 4,5% no trimestre e de 9,3% no acumulado de 12 meses.
Os empréstimos para empresas (pessoas jurídicas) aumentaram 0,7% no trimestre e 8,5% no comparativo anual. O crescimento trimestral foi impulsionado principalmente pelo cartão de crédito, que teve um avanço de 18,9%, enquanto o destaque anual foi para as operações de capital de giro, que cresceram 6,5%, e as operações de investimento, com crescimento de 24%.
No setor do agronegócio, o Banco do Brasil observou um aumento de 4,8% no trimestre e 15,5% em 12 meses.
A inadimplência, medida por atrasos superiores a 90 dias, situou-se em 2,90% em março, levemente abaixo dos 2,92% registrados em dezembro. No entanto, apresentou um aumento em comparação aos 2,62% registrados no mesmo período do ano anterior.
O crescimento da carteira de crédito, juntamente com a maior inadimplência, levou a uma provisão de créditos duvidosos de R$ 8,5 bilhões no primeiro trimestre, um aumento anual de 46%. Comparando com os últimos três meses de 2023, houve uma redução de 14,4% nesse montante.
O Banco do Brasil esclareceu que a provisão “está alinhada ao tamanho da carteira de crédito e reflete também os movimentos de normalização dos índices de inadimplência das carteiras PJ e Agro, que estavam abaixo da média histórica.”