A estimativa da inflação 2025 caiu para 4,6% nesta quinta-feira (13/11), segundo o Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE). Apesar da revisão para baixo, o índice permanece acima do teto de 4,5% do Conselho Monetário Nacional (CMN), exigindo atenção redobrada da política monetária em cenário de desaceleração econômica.
A SPE atribui a revisão ao câmbio mais favorável, ao recuo dos preços no atacado e à bandeira amarela prevista para dezembro na energia elétrica. Ainda assim, “os efeitos cumulativos da política monetária restritiva continuam impactando a atividade”, segundo a secretaria. O documento reforça que a economia perde força com juros elevados, crédito mais fraco e mercado de trabalho em ritmo menor.
Estimativa da inflação 2025 e os vetores macroeconômicos
A estimativa da inflação 2025 continua determinante para avaliar a calibragem dos juros, já que o índice não converge para o centro da meta. A Secretaria afirma que a desaceleração recente do IPCA reflete excesso de oferta global de bens e preços industriais mais suaves. A previsão do IPCA para 2025, porém, mantém pressão sobre expectativas, especialmente porque a taxa básica segue elevada.
Além da inflação, a SPE revisou o PIB de 2,3% para 2,2% em 2025. O desempenho fraco do terceiro trimestre e o efeito defasado dos juros explicam a atualização. A agropecuária tem avanço estimado de 9,5%, enquanto indústria e serviços recuaram para 1,3% e 1,9%. Para 2026, o PIB permanece projetado em 2,4%, com melhora mais intensa de indústria e serviços.
Pressões externas sobre a previsão do IPCA 2025
A dinâmica internacional adiciona riscos relevantes. Entre agosto e outubro, as exportações brasileiras para os Estados Unidos recuaram US$ 2,5 bilhões, queda de 24,9%, após tarifas aplicadas pelo governo norte-americano. A SPE destaca que o Brasil busca diversificar mercados e ampliar o diálogo bilateral para mitigar perdas comerciais, preservando setores industriais sensíveis.
Outros índices também foram atualizados: o INPC caiu para 4,5% e o IGP-DI recuou para 1,4%, em linha com a queda do dólar. A SPE projeta convergência da inflação para 3,2% até o segundo trimestre de 2027, horizonte relevante para avaliar custos, contratos e política monetária. Esse conjunto reforça o peso da projeção do índice de preços 2025 na formulação de cenários.
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“A revisão da estimativa da inflação 2025 mostra que o processo desinflacionário avança, mas ainda sem força suficiente para aliviar o custo do crédito. Enquanto o IPCA permanecer acima do teto da meta, o mercado seguirá operando em ambiente cauteloso, com impacto direto nas pequenas e médias empresas. A política monetária precisa de previsibilidade para que a economia volte a ganhar tração.” — Geldo Machado, presidente do SINFAC (CE.PI.MA.RN)
Orçamento e impacto no índice de preços
O Boletim Macrofiscal serve de base para bloqueios e contingenciamentos do Orçamento. O bloqueio ocorre quando despesas superam o limite anual de expansão, enquanto o contingenciamento aparece quando receitas não comportam a meta fiscal. A projeção do índice de preços 2025 influencia a política fiscal porque determina parâmetros de gasto, correção e capacidade de cumprimento do arcabouço.
Panorama ampliado da previsão do IPCA 2025
A leitura conjunta de juros altos, PIB moderado, tarifas externas e renda mais lenta sugere que a estimativa da inflação 2025 continuará como principal balizador das expectativas de mercado. Com exportações pressionadas e atividade interna menos dinâmica, a trajetória inflacionária seguirá no centro do debate econômico. Novas atualizações estarão disponíveis nos próximos boletins da SPE, publicados no Ministério da Fazenda.










