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Crise da Hapvida no 3T25 amplia riscos e ações desabam

A Hapvida reportou um 3T25 pressionado por sinistralidade elevada, Ebitda ajustado de R$ 613 milhões e margens em queda, o que levou BTG Pactual, Goldman Sachs e JPMorgan a revisarem projeções e reduzirem recomendações. Analistas apontam custos assistenciais altos, avanço limitado de beneficiários e concorrência mais intensa em São Paulo como fatores que ampliam o risco operacional no curto prazo.
Resultados da Hapvida no trimestre com pressão nas margens e sinistralidade elevada
Considerado fraco, resultado trimestral da Hapvida refletiu pressão assistencial e redução de margem, segundo analistas. (Foto: reprodução/Hapvida/YouTube)

Os considerados fracos resultados da Hapvida (HAPV3) no terceiro trimestre (3T25), divulgados na quarta-feira (12/11) trouxeram um quadro mais rígido para a operadora, ancorado em um Ebitda ajustado de R$ 613 milhões, abaixo das projeções do mercado. Esse desempenho reforçou a percepção de risco entre analistas, já que a companhia enfrenta queima de caixa com custos maiores e desafios de eficiência operacional, especialmente durante a expansão sem planejamento bem definido da rede própria. Às 11h38, os papéis da companhia na B3 eram negociados na b3 com queda de 43,59%, cotados a R$ 18,44.

Os números gerais do balanço trimestral da Hapvida foram apresentados pela companhia no seguinte conjunto:

  • Lucro líquido contábil: R$ 338 milhões;
  • Lucro ajustado: R$ 204 milhões;
  • Resultado contábil consolidado: prejuízo de R$ 57 milhões
  • Receita líquida: R$ 7,78 bilhões (+6% em 12 meses, 1% abaixo das projeções)
  • Sinistralidade caixa (MLR): 75,2% (+1,3 p.p. t/t)
  • Margem Ebitda: 7,9%

Os indicadores de resultado da Hapvida no terceiro trimestre refletem consumo mais intenso da estrutura hospitalar, como avalia o banco JPMorgan.

Balanço trimestral da Hapvida reforça pressão sobre margens e perda de clientes

Despesas administrativas e de SG&A também cresceram, enquanto o fluxo de caixa livre da pós-capex fechou negativo em R$ 52 milhões. Já a dívida líquida chegou a R$ 4,25 bilhões, apontado no balanço trimestral da Hapvida.

O crescimento de beneficiários avançou apenas 13 mil vidas. O principal foco de deterioração, porém, está na região metropolitana de São Paulo, onde a empresa perdeu 24 mil clientes diante de uma concorrência mais agressiva e da incapacidade da gestão em reagir com estratégias comerciais mais eficazes.

Resultados reorientam projeções de bancos

O BTG Pactual avaliou que o resultado da Hapvida no trimestre foi fraco e reduziu em 20% a estimativa de Ebitda para 2026, além de revisar o preço-alvo para R$ 50. Já o Goldman Sachs destacou que o Ebitda reportado ficou 27% abaixo do consenso.

Enquanto o JPMorgan, por sua vez, cortou o preço-alvo para R$ 39, rebaixou a recomendação para neutra. Além disso, reforçou que o tíquete médio evoluiu menos do que o esperado, enquanto o MLR deve permanecer acima das projeções anteriores.

Leitura ampliada do desempenho trimestral da Hapvida

O desempenho no terceiro trimestre da Hapvida indica que a operadora continuará pressionada por altos custos assistenciais, disputas comerciais em São Paulo e necessidade de ajustes internos para recuperar eficiência. A empresa não tem conseguido executar essa virada em razão de um modelo de gestão excessivamente engessado e da ausência de um planejamento realmente exequível. O resultado é a persistente queima de caixa, a elevação dos custos operacionais e o aumento do índice de cancelamento de clientes, deteriorando ainda mais o quadro financeiro.

A evolução dessas frentes poderá influenciar vários fatores, entre eles, a estrutura dos planos de saúde no próximo ano. Algo impactante, especialmente em um setor que opera sob pressão de demanda, competição intensa e ajustes regulatórios constantes.

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