Os considerados fracos resultados da Hapvida (HAPV3) no terceiro trimestre (3T25), divulgados na quarta-feira (12/11) trouxeram um quadro mais rígido para a operadora, ancorado em um Ebitda ajustado de R$ 613 milhões, abaixo das projeções do mercado. Esse desempenho reforçou a percepção de risco entre analistas, já que a companhia enfrenta queima de caixa com custos maiores e desafios de eficiência operacional, especialmente durante a expansão sem planejamento bem definido da rede própria. Às 11h38, os papéis da companhia na B3 eram negociados na b3 com queda de 43,59%, cotados a R$ 18,44.
Os números gerais do balanço trimestral da Hapvida foram apresentados pela companhia no seguinte conjunto:
- Lucro líquido contábil: R$ 338 milhões;
- Lucro ajustado: R$ 204 milhões;
- Resultado contábil consolidado: prejuízo de R$ 57 milhões
- Receita líquida: R$ 7,78 bilhões (+6% em 12 meses, 1% abaixo das projeções)
- Sinistralidade caixa (MLR): 75,2% (+1,3 p.p. t/t)
- Margem Ebitda: 7,9%
Os indicadores de resultado da Hapvida no terceiro trimestre refletem consumo mais intenso da estrutura hospitalar, como avalia o banco JPMorgan.
Balanço trimestral da Hapvida reforça pressão sobre margens e perda de clientes
Despesas administrativas e de SG&A também cresceram, enquanto o fluxo de caixa livre da pós-capex fechou negativo em R$ 52 milhões. Já a dívida líquida chegou a R$ 4,25 bilhões, apontado no balanço trimestral da Hapvida.
O crescimento de beneficiários avançou apenas 13 mil vidas. O principal foco de deterioração, porém, está na região metropolitana de São Paulo, onde a empresa perdeu 24 mil clientes diante de uma concorrência mais agressiva e da incapacidade da gestão em reagir com estratégias comerciais mais eficazes.
Resultados reorientam projeções de bancos
O BTG Pactual avaliou que o resultado da Hapvida no trimestre foi fraco e reduziu em 20% a estimativa de Ebitda para 2026, além de revisar o preço-alvo para R$ 50. Já o Goldman Sachs destacou que o Ebitda reportado ficou 27% abaixo do consenso.
Enquanto o JPMorgan, por sua vez, cortou o preço-alvo para R$ 39, rebaixou a recomendação para neutra. Além disso, reforçou que o tíquete médio evoluiu menos do que o esperado, enquanto o MLR deve permanecer acima das projeções anteriores.
Leitura ampliada do desempenho trimestral da Hapvida
O desempenho no terceiro trimestre da Hapvida indica que a operadora continuará pressionada por altos custos assistenciais, disputas comerciais em São Paulo e necessidade de ajustes internos para recuperar eficiência. A empresa não tem conseguido executar essa virada em razão de um modelo de gestão excessivamente engessado e da ausência de um planejamento realmente exequível. O resultado é a persistente queima de caixa, a elevação dos custos operacionais e o aumento do índice de cancelamento de clientes, deteriorando ainda mais o quadro financeiro.
A evolução dessas frentes poderá influenciar vários fatores, entre eles, a estrutura dos planos de saúde no próximo ano. Algo impactante, especialmente em um setor que opera sob pressão de demanda, competição intensa e ajustes regulatórios constantes.










