As operações de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) somaram R$ 230 bilhões entre janeiro e setembro, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (14/11). O volume avançou 39% frente ao ano anterior e reforçou a presença das micro, pequenas e médias empresas. Essas empresas responderam por R$ 155,1 bilhões em garantias e crédito. Além disso, o crescimento elevou a carteira ativa para R$ 616 bilhões, maior nível em nove anos. O BNDES também prepara o anúncio de um projeto de grande porte sob sigilo até o fim do ano.
A expansão das operações de crédito do BNDES foi impulsionada por consultas que atingiram R$ 266,5 bilhões, indicando forte procura por capital produtivo. Esse interesse sustentou desembolsos de R$ 101,9 bilhões, alta de 17% no período. Nesse ritmo, as empresas intensificaram o uso de linhas de financiamento do BNDES, combinando garantias e repasses voltados à modernização de plantas, renovação de tecnologias e reforço de capital de giro em um ambiente ainda pressionado pelo tarifaço dos Estados Unidos.
Operações de crédito do BNDES e o avanço da indústria
No campo setorial, as operações de crédito do BNDES favoreceram a indústria, que recebeu R$ 27,3 bilhões e superou o agronegócio contratado em R$ 24,9 bilhões.
“Há pouco tempo atrás, a gente tinha a agropecuária maior do que a indústria”, afirmou o diretor Financeiro, Alexandre Abreu. A declaração indica uma mudança relevante na estratégia do banco.
A área de infraestrutura registrou queda de 10% nas aprovações. O resultado foi associado à espera pelo grande projeto confidencial, que avançou lentamente por exigências do mercado.
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O efeito do projeto sigiloso nos negócios do banco
A direção do banco projeta uma mudança na curva das operações de crédito do BNDES no último trimestre, puxada pelo projeto mantido em sigilo e por ajustes no ambiente externo.
Principais pontos:
- O projeto confidencial deve alterar o ritmo da infraestrutura nos últimos meses do ano.
- Aloizio Mercadante afirmou que o tarifaço reduziu o interesse de empresas por novos investimentos.
- O programa Brasil Soberano contribuiu para captar R$ 7,6 bilhões em 535 operações.
- O lucro recorrente atingiu R$ 11,2 bilhões no período.
- O lucro líquido caiu 9% devido à redução de 54% nos dividendos pagos pela Petrobras.
As captações externas também reforçaram os empréstimos do BNDES, que somaram R$ 37,3 bilhões. O conjunto de recursos de instituições multilaterais como China Development Bank, BID, CAF, ICO e AFD trouxe amortecimento diante da incerteza global e assegurou continuidade para projetos de longo prazo. Esse reforço garantiu estabilidade às aprovações e sustentou a capacidade de resposta do banco em setores estratégicos.
Novos caminhos para os financiamentos do BNDES
No encerramento do ano, os financiamentos do banco de fomento tendem a ganhar tração com a entrada do grande projeto confidencial, que deve reorganizar a distribuição de capital. Essa operação se soma ao avanço da indústria e à reorganização dos ciclos de investimento. A combinação cria espaço para que as operações de crédito do BNDES consolidem presença mais firme na formação de capital.
A evolução do ambiente externo pode ajustar o ritmo da instituição. Caso isso ocorra, o banco pode encerrar o ano com maior previsibilidade e reforço ao crédito produtivo.










