Os resultados da JBS (JBSS32) no terceiro trimestre (3T25) divulgados na noite da quinta-feira (13/11) revelaram lucro líquido de US$ 581 milhões, apoiado por margens robustas e expansão em mercados estratégicos. O EBITDA ajustado alcançou US$ 1,8 bilhão, enquanto a alavancagem se manteve em 2,39 vezes, dentro da trajetória esperada. A performance veio em um trimestre competitivo, porém com capacidade da empresa de recompor rentabilidade em grande parte das divisões.
O desempenho das operações na América do Norte reforçou essa leitura, já que a JBS Beef North America registrou receita recorde de US$ 7,2 bilhões. Mesmo com oferta restrita de gado, a demanda doméstica absorveu preços firmes e sustentou crescimento. Ao mesmo tempo, a Pilgrim’s Pride manteve margem de 16,2% e ajudou a impulsionar o balanço da JBS, apoiada por escala, eficiência e portfólio diversificado. Já em produtos preparados, as vendas avançaram mais de 25% nos EUA, ampliando a presença da companhia em categorias premium de proteína.
Resultados da JBS no terceiro trimestre revelam virada nos EUA
Na área de suínos, a JBS USA Pork ampliou receita e entregou margem EBITDA de 9,8%, favorecida pela demanda interna e pelo crescimento do mix de produtos. A companhia anunciou a aquisição de uma planta em Iowa e o avanço nas obras de outra unidade no estado, fortalecendo sua presença industrial em um dos principais polos agroalimentares do mundo.
Os bons resultados da JBS no terceiro trimestre ocorrem mesmo diante de crises nos EUA, com a companhia envolvida em acusações de formação cartel, feitas por Trump. Quanto às divisões no México e na Europa, também superaram o desempenho médio de mercado.
Brasil e Austrália reforçam a base dos Resultados da JBS no terceiro trimestre
As operações no Brasil seguiram firmes, com margem de 7,4% na JBS Brasil. A Friboi manteve ritmo sólido no mercado interno e externo e apareceu novamente como marca mais lembrada na categoria de carnes, reforçando competitividade. A Seara alcançou o maior volume de exportações de sua história e obteve margem EBITDA de 13,7%, mesmo após restrições temporárias em alguns destinos. Esse resultado foi sustentado por redirecionamento de cargas e foco na rentabilidade comercial.
Já no balanço trimestral da JBS Austrália, divisão australiana, encerrou o trimestre com margem EBITDA de 11,4%. O aumento da oferta de gado ajudou a compensar o avanço de 26% nos custos de matéria-prima, segundo dados da Meat & Livestock Australia. Bovinos, suínos e pescados contribuíram positivamente, enquanto a companhia reforçou a importância da operação australiana para diversificação geográfica.
Ritmo da JBS indica um ciclo mais competitivo
O desempenho trimestral da JBS dialoga com mudanças globais no setor de proteína, já que mercados relevantes sinalizam demanda firme para produtos de maior valor agregado. Embora a pressão de custos agrícolas e logísticos siga influenciando margens, a diversificação geográfica e a expansão industrial tendem a oferecer amortecimento para volatilidades futuras.
Portanto, a companhia entra nos próximos trimestres apoiada em eficiência operacional e no avanço das estratégias que impulsionaram o bom trimestre mais recente.
