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Queda do home office em 2024 confirma recuo após pico da pandemia

A queda do home office em 2024 aparece nos dados do IBGE e mostra mudança no comportamento dos trabalhadores em um mercado ainda em reorganização.
queda do home office representada por escritório doméstico vazio
Espaço doméstico de trabalho vazio, ilustrando a queda do home office registrada pelo IBGE.

A queda do home office registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE ) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) divulgada nesta quarta-feira (19/11) mostra que 6,6 milhões de pessoas trabalharam em casa em 2024, o equivalente a 7,9% dos ocupados. O dado representa o segundo ano consecutivo de recuo, após o ponto alto de 8,4% em 2022, e marca um ajuste do mercado de trabalho no pós-pandemia.

Mesmo com a retração recente, o trabalho remoto continua acima dos níveis anteriores à covid-19. Em 2019, apenas 5,8% dos trabalhadores exerciam suas funções no domicílio. A base atual considera 82,9 milhões de ocupados no país, excluindo servidores públicos e empregados domésticos. O levantamento também indica que as mulheres seguem maioria nessa modalidade, representando 61,6% dos profissionais que atuam em casa.

Queda do home office e transformação do mercado

A redução do home office ocorre junto a reações internas nas empresas. No início de novembro deste ano, o Nubank revisou as regras de trabalho a distância. A mudança gerou contestação interna e resultou em 12 demissões, segundo o sindicato do setor. Em março, funcionários da Petrobras fizeram uma paralisação contra a redução do teletrabalho. Esses episódios mostram que a disputa entre flexibilidade e presença física continua ativa.

O estudo do IBGE aponta uma redistribuição dos locais onde os trabalhadores atuam no país. A maior parte segue concentrada em estabelecimentos próprios, enquanto outra parcela expressiva cumpre suas atividades em locais definidos pelos empregadores. O trabalho no domicílio mantém posição intermediária no ranking, e a atuação em veículos alcançou um dos níveis mais altos já registrados, acompanhando a expansão dos serviços de aplicativos de viagem e de atividades de alimentação sobre rodas.

Distribuição por local de trabalho (2024):

  • 59,4% — Estabelecimento do próprio empreendimento
  • 14,2% — Local designado pelo empregador
  • 7,9% — Domicílio
  • 4,9% — Veículo automotor (influenciado por apps e food trucks)

Novos formatos de ocupação

Entre os homens, apenas 4,9% trabalhavam em casa em 2024, enquanto 13% das mulheres estavam nessa condição. O dado reforça a desigualdade estrutural na divisão das atividades e ajuda a explicar por que a redução do trabalho em casa ocorre de forma diferente entre os grupos. Além disso, o IBGE destaca que parte dos profissionais considerados em “trabalho no domicílio” pode estar em coworkings, já que a metodologia classifica ambos os formatos na mesma categoria.

Ajustes futuros no trabalho flexível

A diminuição do teletrabalho abre espaço para mudanças no ambiente corporativo, já que empresas passaram a testar modelos híbridos e revisar políticas internas. Embora a queda do home office indique uma reorganização após o período pandêmico, o tema permanece sensível para setores que dependem de retenção de talentos e produtividade. Logo, a expectativa é que os ajustes sigam influenciando negociações trabalhistas e preferências profissionais, mantendo a queda do home office como indicador central do comportamento do mercado.

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