A retirada da tarifa dos EUA sobre a alíquota de 40% aplicada a mais de 200 produtos brasileiros, anunciada nesta quinta-feira (20/11) pela Casa Branca, redefiniu o eixo das negociações entre Brasil e Estados Unidos. A medida vale para cargas que entraram no país a partir de 13/11 e alcança itens como carne bovina, café, cacau e açaí. Assim, os produtos retornam aos patamares anteriores ao tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump.
O gesto político ganhou força após a reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio, que discutiram a agenda tarifária e a revisão da Ordem Executiva 14323. Como resultado, interlocutores dos dois governos afirmam que a nova desoneração cria um ambiente mais previsível para o comércio bilateral.
O Palácio do Planalto classificou a decisão como “uma boa notícia e um passo na direção certa”.
Confira mais informações sobre a retirada da tarifa de 40% dos Estados Unidos:
Retirada da tarifa dos EUA e o impacto no agro
A retirada da tarifa dos EUA sobre produtos agrícolas brasileiros amplia a competitividade do setor e reposiciona itens que estavam pressionados pela alíquota de 40%. A decisão envolve uma lista extensa e concentra impacto direto nas exportações de maior valor agregado.
Principais produtos beneficiados:
- Carne bovina
- Café
- Cacau
- Açaí
- Banana
- Tomate
- Coco
- Castanha de caju
- Mate
- Especiarias (pimenta, canela, baunilha, cravo e noz-moscada)
Com a redução das tarifas, segmentos como carne bovina e café começam a rever preços e volumes, enquanto empresas ajustam estoques e projeções. Ainda assim, o efeito final dependerá do câmbio e de leituras de mercado nos próximos ciclos de embarque. A retirada da tarifa dos EUA contra outros produtos brasileiros é esperada pelo Governo.
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Efeito político e diplomático da medida
A Casa Branca argumenta que “certas importações agrícolas do Brasil não deveriam mais estar sujeitas à alíquota adicional ‘ad valorem’”, citando “progresso inicial nas negociações”.
O governo americano indica disposição para calibrar novas exceções conforme os avanços bilaterais. Consequentemente, a decisão abre espaço para discussões mais amplas sobre acesso a mercados e regras sanitárias.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante evento do Salão do Automóvel em São Paulo, que vê a mudança anunciada pela Casa Branca como um sinal de que a interlocução com Washington começa a produzir efeitos. Segundo ele, avanços diplomáticos dependem de previsibilidade e respeito mútuo, o que reforça a estratégia de conduzir o tema com cautela desde a imposição das sobretaxas. A medida norte-americana também surge após o Brasil insistir na revisão das tarifas e defender que o diálogo técnico fosse retomado sem rupturas.
O Senado norte-americano já havia aprovado o fim das taxas adicionais contra o Brasil.
Próximos passos com a retirada da tarifa dos Estados Unidos
O recuo tarifário dos Estados Unidos melhora a previsibilidade comercial, ao mesmo tempo em que reduz pressões sobre exportadores. Contudo, novas etapas dependem de rodadas técnicas adicionais. Como a política tarifária segue vinculada à negociação diplomática, os avanços podem variar conforme prioridades econômicas da Casa Branca. Além disso, o ritmo das tratativas iniciadas em outubro tende a moldar fluxos de exportação no início de 2026.
Abertura gradual e efeitos esperados com a redução tarifária
A flexibilização tarifária funciona como termômetro da relação entre os dois países e cria expectativas de maior alinhamento econômico. Desse modo, caso novas exceções sejam ampliadas, a retirada da tarifa dos EUA poderá redefinir estratégias de exportação. A mudança também fortalece a presença brasileira em nichos agrícolas de alto consumo no mercado americano, impulsionando competitividade e fluxo de cargas.











