Novo estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indica que as vendas da Black Friday em 2025 poderão alcançar R$ 5,4 bilhões, valor que supera todos os registros da série iniciada em 2010. A projeção, divulgada na quarta-feira (19/11) sugere alta de 2,4% frente ao resultado obtido no ano anterior, mesmo em ambiente marcado por endividamento elevado e crédito caro. Esse resultado de vendas reforça que a data continua sendo termômetro relevante para o varejo brasileiro.
A entidade atribui parte desse avanço ao câmbio mais baixo, que reduziu o preço de itens importados e ampliou o poder de compra do real. Nos últimos doze meses, a taxa média do dólar caiu 8,3% e ficou abaixo de R$ 5,30. Além disso, o mercado de trabalho segue aquecido e, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), registra o menor desemprego da série. A CNC aponta que a massa real de rendimentos cresceu 5,5% no segundo trimestre, o que sustenta o consumo.
Vendas da Black Friday em 2025: setores que puxam o varejo
A projeção da CNC mostra quais segmentos devem concentrar a maior parte das vendas durante a Black Friday de 2025:
- Hipermercados e supermercados: R$ 1,32 bilhão
- Eletroeletrônicos e utilidades domésticas: R$ 1,24 bilhão
- Móveis e eletrodomésticos: R$ 1,15 bilhão
- Vestuário e acessórios: R$ 0,95 bilhão
- Farmácias, perfumarias e cosméticos: R$ 0,38 bilhão
A CNC lembra que a Black Friday ocupa a quinta posição no calendário do varejo nacional, atrás apenas do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais. Por isso, varejistas acompanham de perto o comportamento dos preços. A entidade monitorou diariamente 150 itens por 40 dias para avaliar o potencial real de queda nas ofertas.
Black Friday 2025: descontos com maior impacto
O levantamento mostra que 70% das categorias avaliadas têm margem para reduções efetivas de preços. A análise revela que alguns segmentos já registram quedas expressivas nas últimas semanas, criando espaço para promoções mais intensas:
- Higiene pessoal: – 8,11%
- Papelaria: – 10,14%
- Livros: – 9,02%
- Joias e bijuterias: – 9,01%
- Perfumaria: – 8,20%
- Utilidades domésticas: – 8,18%
Esse comportamento de preços ajuda a impulsionar o consumo. Entretanto, a CNC observa que inadimplência alta e crédito mais caro continuam freando parte da demanda. Para José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, “o ambiente econômico exige cautela, mas há espaço para avanço das vendas”. A combinação de renda maior e preços mais baixos tende a aumentar o alcance das promoções.
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Perspectivas do desempenho comercial
O desempenho das vendas da Black Friday em 2025 revela um varejo apoiado por renda e câmbio, mas ainda limitado pelo custo do crédito. Categorias que apresentaram queda recente de preços podem influenciar o ticket médio e reforçar a busca por itens duráveis. À medida que o emprego segue forte, o volume financeiro do evento tende a consolidar a data como indicador de fôlego do consumo, especialmente nos segmentos de eletroeletrônicos, móveis e utilidades domésticas.











