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Preços do café caem mais de 6% após retirada de tarifas dos EUA

Os preços do café recuaram após os EUA retirarem tarifas de 40%, derrubando cotações de arábica e robusta e ampliando a volatilidade no mercado global.
preços do café em queda com grãos sobre superfície rústica
Grãos em destaque representam a oscilação recente nos preços do café nos mercados internacionais.

Os preços do café recuaram mais de 6% nas bolsas internacionais após os Estados Unidos (EUA) retirarem tarifas de 40% sobre produtos agrícolas do Brasil nesta sexta-feira (21/11). A queda ocorreu em um pregão marcado por forte ajuste dos contratos e pela expectativa de alívio nos custos para torrefadoras americanas. A cotação do café arábica caiu 4,6% na ICE (Intercontinental Exchange) e atingiu US$ 3,5925 por libra-peso, enquanto o robusta recuou 5% e encerrou o dia a US$ 4.400 por tonelada.

O impacto imediato reflete a importância do Brasil para o abastecimento dos EUA, que importam cerca de um terço de seus grãos do país. Analistas observam que o varejo americano acumula alta anual de 40% no preço do produto, condição que ampliou a pressão sobre o governo. Pesquisa da Reuters/Ipsos atribuiu parte dessa elevação à política tarifária anterior.

Preços do café e decisão dos EUA

A retirada das tarifas ampliou a percepção de alívio entre compradores e provocou ajustes rápidos nos contratos de commodities. Contudo, o setor segue atento à oferta, descrita como curta por um trader europeu. Segundo esse trader, “a safra de arábica estava deficitária, os estoques certificados permanecem baixos e o mercado ainda precisa comprar”. O especialista afirma que o valor do café arábica não deve se sustentar abaixo de US$ 3 por libra-peso, mesmo com a redução recente.

Os EUA já haviam reduzido, na semana anterior, tarifas de 10% sobre produtos agrícolas de outros países. A nova medida amplia o alcance da desoneração e reforça a tentativa de conter pressões inflacionárias internas. A mudança ocorre enquanto o clima segue instável, com influência do La Niña ainda presente nas projeções de oferta global.

Preços do café e condições do mercado global

Embora a queda no preço do café tenha sido rápida, a estrutura de fundamentos segue limitada pela oferta. O robusta chegou a recuar 8% mais cedo no dia, antes de estabilizar, enquanto o arábica sofreu impacto menor devido à maior sensibilidade à demanda e ao clima. Traders classificam o cenário como influenciado por incertezas ligadas à demanda, aos estoques e ao risco climático no Brasil, maior produtor mundial.

Para o setor, a redução das tarifas não elimina desafios ligados à logística, aos custos de produção e ao perfil de consumo nos EUA. A elevação do preço ao consumidor, somada à inflação geral do país, tem alterado padrões de compra e ampliado o acompanhamento das cotações no varejo.

Leia também: Setor de pescados segue fora das isenções tarifárias dos EUA

Dinâmica do café

O mercado tende a operar com maior volatilidade nas próximas semanas, já que a retirada das tarifas muda a relação entre oferta, preço e competitividade internacional. Mesmo com alívio inicial, o preço do grão seguirá condicionado a estoques reduzidos, possíveis efeitos do La Niña e ajustes nas compras americanas. A análise do setor indica que os preços do café podem encontrar novo ponto de equilíbrio conforme as torrefadoras recompõem contratos e o mercado testa o impacto real da desoneração.

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