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Ações do Grupo Mateus recuam novamente, acumulando perdas de 25% no período

As ações do Grupo Mateus voltaram a cair e já acumulam perda próxima de 25% em sete pregões, refletindo a falta de clareza sobre as causas da superavaliação de R$ 1,1 bilhão nos estoques. Mesmo após o ajuste contábil, investidores seguem preocupados com possíveis falhas nos controles internos e com a dificuldade de medir o impacto real sobre margens e resultados futuros, enquanto o 3T25 mostrou queda nas vendas e maior incerteza operacional.
Ações do Grupo Mateus acumulam queda de 25% após balanço.
Unidade do Grupo Mateus; papel acumula queda próxima de 25%. (Foto: Divulgação)

Conforme apontado na última sexta-feira (21/11), as ações do Grupo Mateus (GMAT3) registraram novo recuo, negociadas perto de R$ 4,96 ao meio do pregão. Com a queda adicional desta sessão, os papéis da GMAT3 passam a acumular desvalorização próxima de 25% em sete pregões, sendo 20% apenas nos últimos cinco dias. O movimento ocorre em meio à leitura ainda incompleta dos impactos do erro de R$ 1,1 bilhão identificado no valor dos estoques do balanço de 2024.

O ajuste contábil reduziu o patrimônio líquido para cerca de R$ 9,1 bilhões e levou o estoque reportado de R$ 6 bilhões para R$ 4,9 bilhões. Embora esses números já tenham sido divulgados, parte do mercado segue revisando modelos de margem e caixa diante da correção. A incerteza sobre as causas da superavaliação mantém pressão sobre os ativos GMAT3, reforçando a percepção de que a revisão ainda não foi totalmente absorvida.

Em relatório, o Bradesco BBI afirmou que “a série de ajustes pode gerar apreensão até que o mercado compreenda totalmente as informações”, reforçando a leitura de que as ações do Grupo Mateus permanecem expostas a oscilações adicionais.

Ações do Grupo Mateus — por que a queda continua mesmo após o ajuste?

Os resultados do 3T25 influenciaram as ações do Grupo Mateus e adicionaram novas variáveis para os investidores. As vendas em mesmas lojas, excluindo B2B, caíram 1,1%, acima da estimativa de queda de 0,7% do BBI. Além disso, ajustes retroativos no lucro bruto dificultaram a comparação com o ano anterior, tornando mais complexa a leitura de margens.

Em meio à queda das ações, que o Grupo Mateus já enfrenta desde o dia 13/11, o ambiente de desconfiança também envolve a governança. Em documento enviado à CVM em 2021, a auditoria Grant Thornton havia identificado 42 deficiências moderadas nos controles internos. Nesse sentido, o episódio atual reacendeu a percepção de fragilidades não totalmente endereçadas.

Mesmo com a correção contabilizada, o mercado continua vendendo o papel porque o ajuste revelou um problema, mas não esclareceu sua origem. O erro de R$ 1,1 bilhão mostrou que os controles internos falharam por um período prolongado. Portanto, isso fez investidores temerem que outras inconsistências ainda possam surgir.

Fatores que moldam a reação imediata

A nova queda mostra como ações do Grupo Mateus continuam sensíveis em um cenário em que a qualidade das demonstrações financeiras ganhou peso central. A volatilidade recente reflete dúvidas sobre controles contábeis, além da necessidade de estabilizar vendas no Nordeste e executar a integração do Novo Atacarejo com impacto operacional mensurável.

Nas próximas semanas, a resposta da administração sobre as causas da superavaliação e sobre o reforço dos controles deverá influenciar o ritmo de recuperação. A confiança e a capacidade de reduzir a pressão no mercado acionário dependem de uma ação acertada do Grupo Mateus.

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