A crise EUA-Venezuela entrou em novo estágio nesta segunda-feira (24/11), quando Washington formalizou a designação do Cartel de los Soles como “organização terrorista estrangeira“. A medida, que sucede um anúncio preliminar de 16/11, reforça o esforço americano para pressionar o governo de Nicolás Maduro num momento de presença militar ampliada na região.
Segundo autoridades dos EUA, o cartel representa uma rede de grupos dentro das forças de segurança venezuelanas envolvidos com tráfico de drogas. Além disso, o governo americano também alegaria que Maduro seria o líder do grupo. Diante das acusações, o regime venezuelano afirma que o cartel seria “inexistente”. Sem provas substanciais, a ação reforça o ambiente de tensão e sustenta o impasse que molda a crise EUA-Venezuela nos últimos meses.
Crise EUA-Venezuela continua longa e tensa rivalidade diplomática
A deterioração entre Caracas e Washington começou ainda nas últimas décadas, marcada por atritos políticos, disputas por influência regional e desacordos sobre governança democrática. O quadro se agravou com a ascensão de Hugo Chávez e ganhou nova dimensão sob Nicolás Maduro, quando acusações de violações institucionais e repressão interna passaram a dominá-lo.
Nesse contexto, a classificação do Cartel de los Soles como organização terrorista se soma a um histórico prolongado de desconfianças e ações unilaterais que mantêm a crise EUA-Venezuela ativa e cada vez mais complexa.
Com a nova designação motivada por Donald Trump, a pressão dos EUA se combina ao deslocamento de cerca de 15 mil militares no âmbito da Operação Lança Sul. Isso inclui exercícios aéreos recentes e patrulhas marítimas próximas ao território venezuelano. Embora especialistas afirmem que a medida não autoriza automaticamente o uso de força letal, autoridades em Washington sustentam que ela amplia alternativas táticas para operações de segurança, elemento que acentua o impasse diplomático.
Saiba mais sobre a reacendida crise entre EUA e Venezuela:
Efeitos políticos imediatos da tensão entre EUA e Venezuela
A decisão ocorre enquanto a administração Trump alterna endurecimento retórico com sinais de possível diálogo. Em declarações recentes, Trump afirmou que Maduro “gostaria de conversar” e disse estar disposto a abrir canal diplomático “em algum momento”. Essa combinação de pressão e abertura mantém a disputa em um campo imprevisível, no qual ações militares e iniciativas diplomáticas se sobrepõem.
O impacto já atingiu setores civis: três companhias internacionais cancelaram voos após alerta da autoridade aeronáutica dos EUA sobre risco ao sobrevoar a Venezuela. O efeito imediato é a elevação da cautela no setor aéreo e a reavaliação de rotas, seguros e operações logísticas. Portanto, outro sinal de como a crise ultrapassa a fronteira diplomática e alcança cadeias econômicas.
Um panorama ampliado da disputa regional
Nesse ambiente, a evolução da crise EUA-Venezuela depende do equilíbrio entre demonstrações de força, tentativas de negociação e a pressão interna. Embora 70% dos americanos rejeitem uma intervenção militar direta, o acúmulo de tropas no território venezuelano mantém o risco de um conflito armado.
Portanto, o desafio central passa a ser evitar escaladas não planejadas. Tudo enquanto Casa Branca e Venezuela não chegam a um consenso para uma crise que pode ter repercussões hemisféricas.











