O aluguel de ativos registrou avanço de 53% na B3 entre 10/2024 e 10/2025, atingindo R$ 332 bilhões e superando com folga o patamar do ano anterior. O salto ocorreu em um cenário de maior demanda por operações estruturadas. Especialmente entre fundos que ampliaram o uso de estratégias de proteção diante da volatilidade fiscal e do fluxo intenso de capital internacional.
A expansão do aluguel de ativos na B3 se concentrou nos papéis de alta liquidez. Já Exchange Traded Fund (ETFs) de índice, como BOVA11, além de Vale e Petrobras, responderam pela maior parte das operações realizadas ao longo do período. Esse comportamento está associado ao apetite de investidores institucionais, que utilizaram ativos líquidos para ajustes táticos e operações de hedge em um ano marcado por incertezas. Conforme dados da plataforma DataWest, os fundos de investimento foram responsáveis por 47% das posições tomadas, enquanto estrangeiros responderam por 36%.
Aluguel de ativos na B3 impulsionado por fundos
A presença mais firme dos fundos se explica pelo uso crescente de caixa para obter renda adicional via taxa de locação de ações na B3 e pela busca por instrumentos que permitam travar preços com rapidez. Como o mercado passou por episódios de forte oscilação ao longo de 2025, estruturas baseadas em derivativos ganharam relevância e demandaram maior quantidade de papéis disponíveis para empréstimo. A parcela de pessoas jurídicas entre os doadores atingiu 41%, reforçando a oferta para operações casadas com opções.
Além disso, o ingresso de capital estrangeiro ao longo do ano ajudou a elevar a liquidez dos ativos usados nessas transações. Esse ambiente abriu espaço para estratégias que envolvem arbitragem entre índices locais e internacionais. Elas ampliam o uso de instrumentos como ETFs, que permitem ajustes imediatos de carteira sem aumento de exposição indesejada.
Preferência por papéis líquidos nos alugueis de ativos da B3
O predomínio de ativos amplamente negociados indica preferência dos agentes por estruturas rápidas e reversíveis. Investidores recorreram ao empréstimo de ações na B3 para executar vendas com proteção adicional em um cenário de risco político e mudanças regulatórias.
A lógica operacional segue simples e continua amplamente usada no mercado local. O tomador vende o papel emprestado, espera a queda do preço e recompra o ativo para devolução ao doador, arcando com os custos da operação. Esse mecanismo sustenta parte da liquidez diária e influencia a formação de preços de ativos de grande porte negociados na B3.
Leia também: Lucro da B3 (B3SA3) no 3T25 avança 3,5% e soma R$ 1,2 bilhão
Dinâmica recente da locação
O aluguel de ativos na B3 ganhou espaço especialmente após a elevação do uso de derivativos e da entrada de investidores internacionais. Com mais agentes operando estratégias de proteção, a demanda por papéis líquidos tende a permanecer elevada.
Embora o ritmo de alta não tenha garantia de continuidade, a estrutura atual mostra que o aluguel de ativos na B3 segue como ferramenta central para gestão de risco. Além disso, uma boa estratégia na montagem de posições táticas, em linha com práticas observadas em bolsas de mercados mais maduros. Esse arranjo sugere que o mercado brasileiro ampliará o uso de instrumentos de hedge à medida que as condições fiscais e o apetite externo definirem os próximos contornos da renda variável.











