A investigação da China sobre carne bovina foi prorrogada até 26 de janeiro de 2026 (26/01/26), prolongando a análise aberta para avaliar como as importações influenciaram o mercado doméstico e a pecuária chinesa. A decisão, anunciada pelo Ministério do Comércio, foi atribuída à “complexidade do caso” e mantém o comércio internacional em alerta, já que a China é o principal destino global para proteína bovina.
A China Animal Husbandry Association deu o pedido para iniciar a investigação em dezembro de 2024. Isso porque o avanço das importações entre 2019 e 2023 coincidiu com queda dos preços internos e maior oferta doméstica, cenário que levou produtores a solicitar proteção regulatória.
Em agosto de 2025, o governo já havia concedido uma primeira extensão de três meses, e o novo prazo confirma a necessidade de uma revisão mais detalhada. A investigação da China sobre carne bovina não mira países específicos, mas qualquer eventual ajuste regulatório afetaria os principais exportadores.
Como funciona a investigação da China sobre carne bovina
A investigação aberta pelo governo chinês busca esclarecer como o avanço das importações de carne bovina afetou o mercado interno nos últimos anos. O processo nasceu de um pedido do próprio setor pecuário do país e reúne dados econômicos, preços, oferta e competitividade doméstica. Os elementos centrais sob análise são:
- O que está sob revisão: entradas de carne bovina fresca, refrigerada e congelada que chegaram ao mercado chinês.
- Período avaliado: importações realizadas entre 01/01/2019 e 30/06/2024, intervalo considerado representativo para medir o impacto sobre a pecuária local.
- Por que o processo começou: associações de produtores afirmaram que o volume importado cresceu de forma acelerada ao longo do período.
- Condições do mercado interno: o aumento da oferta doméstica e a queda dos preços pressionaram a rentabilidade das fazendas chinesas.
- Argumento central do setor: os produtores relatam perda de competitividade frente ao produto importado.
- Base legal: o caso foi estruturado a partir das regras de salvaguardas da Organização Mundial do Comércio (OMC), que permitem medidas protetivas quando há risco de dano à indústria nacional.
- Objetivo final da análise: determinar se o aumento das importações gerou prejuízo ao setor chinês e se há necessidade de ajustes regulatórios.
Impactos no comércio da revisão chinesa sobre carne bovina
A prorrogação da investigação da China reacende preocupações entre exportadores de carne bovina, como Brasil, Argentina e Austrália, que ajustam contratos e previsões em meio ao prolongamento da análise. Em 2024, as importações chinesas atingiram 2,87 milhões de toneladas, recorde histórico.
Entre janeiro e outubro de 2025, o país comprou 2,34 milhões de toneladas, alta de 3,6% sobre o ano anterior, embora com ritmo mais moderado. A desaceleração da demanda ajuda a explicar a sensibilidade da revisão, num ambiente em que o setor doméstico enfrenta pressão sobre margens.
Além disso, no começo do mês, a China retomou a compra de carne de frango brasileira, abrindo um segmento de exportação do agro que sofreria forte baque caso a carne bovina enfrentasse um bloqueio.
Tendências do comércio de proteína em 2026
A evolução da investigação da China sobre carne bovina ocorre em um mercado global que lida com custos logísticos voláteis e oscilação cambial. Esses fatores ampliam o peso das decisões chinesas, já que sua conclusão poderá influenciar preços internacionais e estratégias de oferta no próximo ciclo.
Se as compras chinesas seguirem um ritmo mais contido, exportadores como o Brasil terão de recalibrar rotas, negociar margens e buscar novos compradores. Portanto, isso consolidaria um cenário mais competitivo (no sentido ruim) para 2026.











