O desempenho da Caixa no terceiro trimestre (3T25), divulgado nessa quinta-feira (27/11) avançou com lucro de R$ 3,8 bilhões, enquanto o acumulado de nove meses registrou alta de 34,7% ante o mesmo período de 2024. Além disso, como a carteira de crédito cresceu de forma consistente, o trimestre reforçou a capacidade do banco de ampliar operações mesmo diante de inadimplência mais elevada nas linhas livres. Esse conjunto de fatores estruturou a leitura do balanço recente.
Já a margem financeira, de R$ 16,5 bilhões, contribuiu para o resultado, pois cresceu na mesma direção do volume de crédito e das captações. Assim, o resultado trimestral da Caixa permaneceu apoiado por um funding mais diversificado, com depósitos a prazo maiores e avanço das letras financeiras, em um ambiente de competição mais intensa por recursos no varejo.
Desempenho da Caixa no terceiro trimestre em crédito e risco
O balanço da Caixa no trimestre registrou expansão significativa da carteira e aumento das provisões. Para facilitar a leitura dos dados, os principais números ficaram assim:
- Carteira total: R$ 1,334 trilhão (+10,3% a/a)
- Crédito imobiliário: R$ 905 bilhões (+11,4% a/a)
- Contratações no trimestre: R$ 185,1 bilhões (+13,3% a/a)
- Inadimplência total: 3,01%
- PF livre (crédito ao consumidor sem direcionamento): 6,25%
- PJ livre (empréstimos para empresas fora de linhas incentivadas): 12,50%
- Agro (operações ligadas ao agronegócio comercial, fora do crédito rural subsidiado): 11,20%
- Imobiliário (financiamento habitacional com garantia real): 1,30%
- Provisões – PCLD (reserva para perdas esperadas): R$ 5,1 bilhões no trimestre (+64,5%)
Segundo o relatório de análise de desempenho da Caixa, parte relevante da pressão sobre risco no terceiro trimestre veio das linhas livres, tradicionalmente mais sensíveis ao ciclo econômico. Apesar disso, o segmento imobiliário, apoiado pelo FGTS, manteve estabilidade e sustentou grande parte do crescimento da carteira, preservando índice de inadimplência mais baixo que o restante do portfólio.
Desempenho em Funding, liquidez e eficiência
As captações e o avanço digital ajudaram a amortecer os efeitos do aumento das provisões. Sesse sentido, os pontos principais mostrados na relação de desempenho da Caixa no terceiro trimestre incluem:
- Captações totais: R$ 1,907 trilhão (+13% a/a)
- Poupança (depósitos de varejo com liquidez imediata): R$ 391,9 bilhões
- Depósitos a prazo (CDBs): R$ 325,7 bilhões
- Letras financeiras (títulos de captação de grandes bancos): R$ 272,7 bilhões
- Liquidez – LCR (capacidade de honrar obrigações de curto prazo): 261%
- Índice de eficiência (relação entre despesas e receitas): 52,91%
- Transações digitais (operações por app e internet banking): 13,9 bilhões
- Participação no PIX (volume processado no sistema de pagamentos instantâneos): 16,2% no acumulado
Esse conjunto fortaleceu o desempenho da Caixa no terceiro trimestre, já que ampliou a capacidade de originar crédito sem pressionar capital ou liquidez. A digitalização também favoreceu o controle de custos, ao mesmo tempo em que ampliou a distribuição de produtos e serviços com maior escala.
Visão analítica do balanço da Caixa
O balanço da Caixa no trimestre evidencia um banco que cresceu em crédito sem perder de vista a necessidade de seletividade, já que a inadimplência mais alta nas linhas livres exigiu reforço das provisões. Como o setor financeiro segue em ambiente de juros sensíveis e forte competição por depósitos, a estratégia baseada em funding amplo, digitalização e maior peso do crédito imobiliário continuará moldando o ritmo de expansão.
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