O salto das vendas do Tesouro Direto em outubro, que somaram R$ 7,17 bilhões e registraram recorde para o mês, foi impulsionado por dois elementos simultâneos: a Taxa Selic em 15% ao ano e a inflação esperada em alta. Com isso, esses vetores reforçaram a atratividade dos títulos públicos, ampliaram a busca por renda fixa e deslocaram o investidor para papéis que oferecem liquidez e proteção imediata.
A combinação dos fatores redefiniu o interesse do investidor pelo Tesouro Direto e direcionou a demanda para papéis de proteção. Os números detalham esse comportamento:
- 48,1% das compras foram de papéis pós-fixados atrelados à Selic.
- 32,2% buscaram títulos indexados ao IPCA.
- 10,6% corresponderam a títulos prefixados.
- 7,2% ficaram com o Tesouro Renda+.
- 1,9% foram direcionados ao Tesouro Educa+.
Assim, esse perfil confirma a preferência do investidor por previsibilidade, liquidez e proteção real no curto prazo.
Investidores e perfil de tíquete nas vendas do Tesouro Direto em outubro
Conforme dados divulgados pelo Tesouro Nacional, o comportamento do investidor de varejo nas vendas do Tesouro Direto em outubro reforça a busca por liquidez e tíquete reduzido. Os números mostram esse padrão:
- 80,2% das operações ficaram em até R$ 5 mil.
- 56,2% não ultrapassaram R$ 1 mil.
- 54,9% das compras se concentraram em prazos de até cinco anos.
O estoque de títulos públicos em outubro ligados ao programa ultrapassou R$ 200 bilhões pela primeira vez, alcançando R$ 200,97 bilhões. A alta decorre da correção pelos juros e de um saldo líquido positivo de R$ 3,71 bilhões entre vendas e resgates.
As vendas do Tesouro Direto em outubro revelam um investidor mais cauteloso, influenciado por taxas elevadas e pela necessidade de proteger o poder de compra.











