A produção industrial em outubro registrou aumento de 0,1% sobre setembro, confirmando um avanço limitado e marcado por recuperação restrita. É o que aponta a Pesquisa Industrial Mensal, publicada nesta terça-feira (02/12) pelo Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE).
O impulso do mês partiu das indústrias extrativas, que avançaram 3,6% após dois meses seguidos de queda, reequilibrando parte do resultado geral. Também contribuíram alimentos, informática, químicos e vestuário, enquanto bens de consumo duráveis tiveram ganho de 2,7% e compensaram a perda anterior. Mesmo assim, a redução de 0,8% nos bens intermediários limitou a difusão do crescimento e manteve a atividade fabril em trajetória contida.
Produção industrial em outubro: setores que avançaram e áreas que perderam força
O comportamento setorial de outubro foi marcado pela soma de altas concentradas em cadeias específicas e recuos persistentes em ramos de peso estrutural. Essa composição explica por que a expansão de 0,1% não se traduziu em uma reação mais ampla.
Setores que sustentaram a produção industrial em outubro:
- Indústrias extrativas: +3,6%, revertendo perdas acumuladas.
- Produtos alimentícios: +0,9%.
- Veículos automotores: +2,0%.
- Produtos químicos: +1,3%.
- Informática e eletrônicos: +4,1%.
- Vestuário: +3,8%.
- Bens de consumo duráveis: +2,7%.
- Bens de capital: +1,0%, com dois meses seguidos de avanço.
Segmentos que pressionaram a média geral:
- Derivados de petróleo e biocombustíveis: –3,9%, ampliando a retração.
- Farmoquímicos e farmacêuticos: –10,8%, com perda acumulada expressiva.
- Bens intermediários: –0,8%, sinalizando fragilidade no fornecimento de insumos.
Esse contraste na produção industrial de outubro evidencia que a recuperação segue concentrada em nichos, enquanto setores amplos, ligados a combustíveis, insumos químicos e à própria cadeia automotiva, continuam limitando a capacidade de aceleração.
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Interanual revela perdas amplas, apesar da força das extrativas
O desempenho interanual expôs uma configuração menos favorável da indústria, já que a base de comparação mostrou fraquezas em setores de grande peso econômico. O comportamento desigual entre cadeias ligadas a combustíveis e ramos orientados a commodities agrícolas ajudou a definir o resultado final. De acordo com o IBGE, a produção industrial em outubro apresenta os seguintes fatores:
Pressões negativas que moldaram o recuo de 0,5%
- Veículos automotores: –8,4%, com retração expressiva de autopeças e caminhões.
- Derivados de petróleo e biocombustíveis: –10,7%, afetados pela menor produção de combustíveis.
- Segmentos ligados à metalurgia, madeira e fármacos também contribuíram para ampliar a perda.
Setores que evitaram queda maior na média geral
- Indústrias extrativas: +10,1%, impulsionadas pela expansão de petróleo, minério de ferro e gás natural.
- Produtos alimentícios: +5,3%, sustentados pela demanda externa por proteínas e derivados agrícolas.
Ainda assim, a produção industrial em outubro permanece limitada pelo desempenho negativo dos bens de consumo semi e não duráveis, que recuam 2,5% no ano devido à menor produção de álcool etílico. Bens de capital também seguem no vermelho no acumulado.
Comportamento recente da indústria e leitura para o próximo ciclo
O conjunto das informações indica que a produção industrial observada em outubro deve continuar em ritmo moderado. Dados de mercado sugerem que exportadores de bens básicos permanecem em posição mais confortável, enquanto segmentos sensíveis ao crédito enfrentam demanda ainda cautelosa.
Se esse quadro persistir, a tendência é de continuidade da trajetória irregular, com maior dependência de setores ligados a commodities e máquinas para sustentar o nível de produção.
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