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Idosos no mercado de trabalho atingem recorde com 24,4% de ocupação em 2024

Idosos no mercado de trabalho atingem 24,4% em 2024, recorde histórico do IBGE, impulsionados por longevidade maior, regras previdenciárias e novos formatos de atuação profissional no país.
Idosos no mercado de trabalho usando computador em ambiente doméstico
Idosos no mercado de trabalho ampliam presença e ajudam a redefinir a dinâmica da força de trabalho no país.

Os idosos no mercado de trabalho ganharam novo destaque nesta quarta-feira (03/11), quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que 24,4% das pessoas com 60 anos ou mais estavam ocupadas em 2024. O resultado equivale a 8,3 milhões de trabalhadores, o maior volume desde o início da série em 2012, e revela uma mudança consistente na composição da força laboral brasileira.

O estudo aponta que a presença dessa faixa etária cresce desde 2020, avanço ligado ao envelhecimento da população e às mudanças da Previdência. A taxa de desemprego dos idosos ficou em 2,9%, bem abaixo dos 6,6% da população geral.

Idosos no mercado de trabalho e os efeitos da Previdência

A analista Denise Guichard Freire, do IBGE, avalia que a reforma da Previdência, promulgada em 2019, prolongou a permanência dos idosos na atividade. Ela entende que as novas regras ampliaram o tempo de contribuição, o que estende a fase profissional de grande parte dessa população. Esse cenário se soma ao aumento da expectativa de vida e a mudanças na organização de renda das famílias, fatores que moldam o comportamento dos trabalhadores maduros.

A distribuição da ocupação mostra fortes diferenças entre faixas etárias e gêneros. Na faixa de 60 a 69 anos, 34,2% estavam ocupados, enquanto o índice cai para 16,7% após os 70. Entre os homens, quase metade seguia ativa entre 60 e 69 anos, contra 26,2% das mulheres. Os dados reforçam padrões tradicionais de participação econômica e evidenciam desigualdades persistentes.

Idosos no mercado de trabalho e o avanço do trabalho próprio

A forma de atuação profissional também chama atenção. Mais da metade dos idosos (51,1%) trabalha por conta própria ou como empregador, proporção muito superior à da população geral, que soma 29,5% nessas categorias. Esse comportamento está ligado à busca por flexibilidade, autonomia e alternativas de renda fora dos vínculos tradicionais. Dessa forma, apenas 17% dos idosos têm carteira assinada, contra 38,9% no conjunto dos ocupados.

A renda média mensal desse grupo alcançou R$ 3.561, valor 14,6% maior que o da população geral. Ainda assim, a formalização é menor, com só 44,3% contribuindo para a Previdência Social, o que reforça temas ligados à informalidade, ao empreendedorismo individual e às barreiras de acesso ao mercado formal.

Cenário em transformação

O avanço dos profissionais experientes indica que o país tende a conviver com participação crescente de idosos na economia, reforçada por ganhos de longevidade e regras previdenciárias mais rígidas. Tendências internacionais sugerem continuidade desse movimento, enquanto setores produtivos já discutem ajustes para receber trabalhadores mais velhos. Além disso, a combinação entre renda mais alta e baixa formalização mostra que o debate sobre proteção social, qualificação e estabilidade ganha destaque à medida que os idosos no mercado de trabalho ampliam sua presença. Segundo o IBGE, esse comportamento deve seguir em observação contínua nos próximos anos.

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