A solicitação da licença bancária no Brasil entrou no plano estratégico do Nubank nesta quarta-feira (03/12) depois que o Banco Central (BC) consolidou, na última sexta-feira (28/11), a regra que restringe o uso de termos como “banco” e “bank” por empresas sem autorização para atuar como instituições financeiras plenas. A mudança pressiona fintechs a revisar sua estrutura regulatória.
O Nubank afirma que não prevê alterações relevantes em seus requisitos adicionais de capital. Mesmo assim, reconhece que a norma exige ajustes operacionais. Como o BC determinou prazo de 120 dias para apresentação do plano de adequação, o cronograma interno prevê que o pedido da autorização será formalizado em 2026, dentro do ciclo de transição regulatória.
Segundo a fintech, a aquisição de uma instituição financeira também está no radar.
Licença bancária no Brasil e a transição do Nubank
Hoje, o Nubank não é considerado um banco tradicional. Ele opera como instituição de pagamento, modelo que permite oferecer cartão de crédito, conta digital e serviços limitados. Isso ocorre sem o conjunto de exigências prudenciais aplicadas a bancos comerciais ou múltiplos.
Ao buscar a licença bancária no Brasil, o Nubank tende a alinhar sua estrutura ao padrão já adotado em países onde possui autorização plena, como o México. Além disso, tenta avançar nos Estados Unidos, em um movimento que fortalece governança e padroniza controles internos. Esse alinhamento facilita a oferta de produtos de crédito, contas remuneradas e serviços internacionais, o que amplia o alcance competitivo.
Embora a empresa declare não prever mudanças estruturais, analistas afirmam que a licença bancária pode ampliar o escrutínio regulatório e fortalecer mecanismos de supervisão no Brasil. A autorização também facilita a adoção de práticas mais rígidas de gestão de riscos.
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Como a nova regra do BC afeta o uso do termo “banco”
A diretriz aprovada pelo BC e pelo Conselho Monetário Nacional impede empresas não autorizadas de usar termos que induzam o consumidor a acreditar que se trata de um banco. Por isso, a regra vale para marcas, sites, materiais promocionais e domínios digitais. O objetivo do regulador é reduzir assimetrias de informação e dar clareza ao cliente sobre o tipo de instituição.
Além do Nubank, outras fintechs foram citadas por publicações especializadas como potenciais afetadas. Entre elas estão:
- PagBank,
- Mêntore Bank,
- Onnibank,
- Mittu Bank,
- SPX Bank
- Vanto Bank.
Todas operam como instituições de pagamento ou crédito, e não como bancos autorizados. Portanto, terão até um ano para ajustar identidade e comunicação após o envio do plano de adequação para licença bancária no Brasil ao BC.
Perspectivas para o avanço do registro financeiro
O avanço do registro financeiro nacional é visto como continuidade da trajetória de maturidade das fintechs de grande porte. Ele deve influenciar a dinâmica competitiva entre bancos tradicionais e empresas digitais. Nesse ambiente, produtos de crédito e operações digitais ganham importância. Além disso, o novo marco reforça padrões de governança, o que aumenta a pressão por transparência.
A evolução da licença bancária no Brasil em 2026 para o Nubank e outras instituições servirá como termômetro para medir a adaptação regulatória do setor. A disputa por clientes e serviços de maior valor agregado tende a se intensificar, enquanto instituições ajustam suas estruturas às novas exigências.











