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Leilão do pré-sal arrecada menos e revela cautela das petroleiras

O Leilão do pré-sal arrecadou menos que o previsto após vendas de Mero e Atapu e ausência de propostas por Tupi, revelando cautela do mercado e impacto limitado nas contas públicas.
Plataforma offshore ao pôr do sol utilizada para ilustrar o Leilão do pré-sal.
Plataforma offshore semelhante às áreas envolvidas no Leilão do pré-sal.

Nesta quinta-feira (04/12) aconteceu o Leilão do pré-sal, que registrou arrecadação menor que a expectativa oficial, após Petrobras e Shell adquirirem duas áreas ofertadas e deixarem Tupi sem proposta. A soma dos lances chegou a cerca de R$ 8,8 bilhões, valor inferior às projeções atualizadas pela União no mês anterior. Esse desempenho indica leitura mais cautelosa por parte das empresas interessadas, mesmo em ativos considerados de alta produtividade.

No campo de Mero, o consórcio formado pelas duas petroleiras pagou R$ 7,79 bilhões pela fatia de 3,5% da União. O resultado ficou pouco acima do mínimo estipulado. O cenário foi marcado por análises técnicas mais detalhadas sobre custos operacionais, curva de produção e potencial de longo prazo. Já em Atapu, o grupo desembolsou aproximadamente R$ 1 bilhão pela participação de 0,95%. Essa escolha reforça o foco em áreas onde as empresas já possuem infraestrutura instalada e conhecimento acumulado.

Leilão do pré-sal e a disputa por Mero e Atapu

Um dos pontos mais comentados foi a ausência de lances para a área de Tupi, ofertada em um modelo descrito por técnicos como estável e de baixo risco geológico. Segundo o presidente da PPSA, Luis Fernando Paroli, compradores tiveram leitura “pior” do ativo do que a projetada pelo órgão. Essa avaliação influenciou a falta de interesse. Ele declarou que a União seguirá recebendo e comercializando o petróleo correspondente à fatia não vendida, preservando receita futura.

Ao longo das negociações, dez empresas acessaram o data room e sete se credenciaram, mas apenas Petrobras e Shell avançaram para a disputa. Esse padrão reforça o efeito de especialização em áreas maduras, conceito destacado por consultores da indústria para explicar a preferência por campos onde certame do pré-sal costuma atrair atores já presentes na operação. Entre outros fatores, análises de fluxo de caixa, projeção de óleo recuperável e controle de risco corporativo influenciaram esse ritmo.

Leilão do pré-sal e o impacto fiscal projetado

Na avaliação de interlocutores da Fazenda, a frustração de R$ 1,4 bilhão não altera a condução fiscal, porque o governo conta com o chamado empoçamento de recursos. Esse fenômeno ocorre quando despesas autorizadas não são executadas. O Tesouro calcula que o volume represado pode alcançar R$ 10 bilhões neste ano. Esse mecanismo ajuda a diluir perdas de arrecadação e a manter metas dentro do planejado em ciclos de orçamento mais rígidos.

Cenário futuro da venda de ativos petrolíferos

O desenho final da licitação do pré-sal amplia o debate sobre o nível de interesse por participações da União em campos já produtivos. Especialistas apontam que a estratégia de monetização imediata tende para decisões que preservam parte do óleo para comercialização direta, especialmente quando avaliações de mercado divergem da visão oficial. Esse descompasso mantém aberto o espaço para ajustes regulatórios, além de discussões sobre a modelagem dos próximos editais.

O mercado observa com mais atenção a venda do pré-sal em áreas maduras. Investidores avaliam variáveis como preço internacional do petróleo, curva de declínio, capacidade instalada e retorno sobre capital. Com isso, executivos projetam novos certames que exigem calibragem técnica para garantir atratividade e segurança jurídica. Essa dinâmica usa dados divulgados pela PPSA e orienta os próximos passos do governo nesse segmento estratégico.

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