A cobertura 5G no Brasil alcançou 64% da população, ultrapassando a meta estipulada para 2027, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), divulgados na última semana. Apesar do avanço, apenas 20% das linhas utilizam a tecnologia, o que revela uma diferença relevante entre infraestrutura instalada e uso efetivo. De acordo com Carlos Baigorri, presidente da Anatel, a baixa adesão se dá pelo preço elevado dos aparelhos compatíveis, impedindo que parte dos consumidores adote a quinta geração de forma ampla.
Esse descompasso do alcance do 5G reflete um mercado que cresce de forma assimétrica. Mais de 2 mil municípios já tem acesso ao 5G, mas a transição dos usuários depende de fatores econômicos e das ofertas comerciais. Como a maior parte dos compradores continua escolhendo modelos 4G pelo valor mais baixo, a base conectada permanece restrita em relação ao tamanho da rede disponível.
Cobertura 5G no Brasil avança enquanto linhas móveis seguem concentradas no 4G
A estrutura nacional de acessos evidencia a distância entre tecnologias. Dados da Anatel mostram como as conexões ainda se distribuem entre gerações distintas, sugerindo que o salto da cobertura 5G no Brasil é gradual. O balanço mais recente indica o seguinte número de conexões por qualidade:
- 2G: 18.761.085 conexões
- 3G: 15.970.921 conexões
- 4G: 180.287.564 conexões
- 5G: 55.108.844 conexões
Esses volumes ajudam a mostrar que o 4G continua como a plataforma dominante, mesmo diante da ampliação acelerada da rede 5G. Segundo Baigorri, a competição entre as grandes operadoras tem acelerado a entrega de infraestrutura, mas a migração do usuário exige mais que alcance territorial. Ou seja, a expansão da cobertura 5G no Brasil depende de preços acessíveis, campanhas de substituição de aparelhos e maior diversidade de modelos no país.
Políticas públicas e novas operadoras impulsionam cobertura 5G no Brasil
A velocidade da expansão da cobertura 5G no Brasil também se explica pelo formato do leilão de radiofrequências de 2021, estruturado para priorizar investimento direto em infraestrutura. Baigorri destaca que o modelo permitiu impor exigências amplas de cobertura e estimulou disputas comerciais que elevaram a qualidade das redes. As três maiores operadoras, Vivo, Claro e TIM, aparecem em rankings internacionais da Opensignal entre as líderes globais em velocidade de download, reforçando a competitividade técnica do setor.
O país ainda recebeu reforço das operadoras regionais Brisanet, Unifique e Copel Telecom, que adquiriram faixas locais e passaram a construir redes próprias. Para facilitar sua entrada, a Anatel estabeleceu uma fase de transição na qual grandes grupos devem compartilhar torres até 2030. Além disso, a liberação antecipada da faixa de 3,5 GHz habilitou o 5G standalone, recurso que amplia estabilidade e tem sido adotado por indústrias e pelo agronegócio, segundo a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
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Trilha da conectividade nacional em ritmo acelerado
O avanço da rede e a redução futura do preço dos celulares tendem a ampliar a base de usuários conectados à quinta geração. Com a cobertura 5G no Brasil ultrapassando metas e alcançando regiões cada vez mais amplas, a expectativa da Anatel é que a combinação de competição comercial, tecnologia industrial e políticas de conectividade redefina o mercado nos próximos anos.
Por fim, a dinâmica aponta para maior integração digital e para novas possibilidades econômicas conforme a conectividade 5G evolui além do cenário atual.











