Os caminhões autônomos da Vale (VALE3) serão ampliados para 90 unidades no Sistema Norte até 2028, consolidando a maior expansão tecnológica na região. O acordo, firmado com as empresas de equipamentos pesados Caterpillar e Sotreq, multiplica por cinco a frota prevista para o fim de 2024 e redefine parâmetros operacionais na principal província produtora de minério de ferro e cobre da companhia.
De acordo com o vice-presidente de Operações, Carlos Medeiros, “esse contrato foi mais um passo na direção de um plano maior, que é a adoção desses caminhões em larga escala”. Como a maior parte da expansão virá da conversão de veículos já em uso, a transição ocorre sem ruptura abrupta do parque industrial. Atualmente, a companhia opera entre 130 e 140 equipamentos na região, combinando modelos tradicionais e autônomos. Esse conjunto sustenta o transporte em minas com profundidade que chega a 300 metros, cenário no qual a operação autônoma tende a ganhar relevância adicional.
Caminhões autônomos da Vale ampliam eficiência e reduzem emissões
A empresa relata que a condução mais suave dos veículos sem motorista proporcionou até 15% de ganho de rendimento e redução de 7,5% no consumo de diesel nas unidades já implantadas. Além disso, Medeiros destaca que “um equipamento autônomo é mais seguro”, além de apresentar melhor desempenho operacional que os modelos convencionais.
O avanço também prepara a migração para caminhões de maior capacidade: dos atuais 320 toneladas para 400 toneladas no novo contrato. Esses resultados sustentam a visão de que a frota de veículos sem motorista pode apoiar o aumento de produção e a reorganização do número total de equipamentos.
Frota autônoma da Vale impulsiona qualificação e integração digital
A automação avança acompanhada por um plano de capacitação voltado a funções de maior complexidade no ambiente digital. Desde 2019, mais de 260 empregados foram treinados para atuar nos novos processos e interagir com sistemas autônomos. A medida reforça a reorganização das tarefas em áreas críticas.
Em Serra Sul, a frota operará integrada ao modelo truckless, que transporta minério por correias de longa distância e colabora para reduzir emissões na etapa logística. Essa combinação amplia a agenda ambiental da companhia e integra tecnologias que elevam consistência, disponibilidade e previsibilidade das operações.
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Caminhões autônomos já atuam na Vale desde 2019, saiba como funciona a operação:
Novo cenário com frota avançada
A ampliação da frota de caminhões autônomos da Vale tende a influenciar a dinâmica competitiva entre mineradoras. Isso porque o setor de mineração nacional, cada vez mais, intensifica investimentos para mitigar custos operacionais e ampliar a segurança em ambientes complexos.
E embora o ritmo dessa adoção varie conforme perfil geológico e infraestrutura de cada mina, o avanço no Sistema Norte cria sinalização relevante para 2026–2028, quando a pressão por produtividade e menor impacto ambiental deve intensificar decisões estratégicas. Portanto, o quadro sugere que o uso de veículos sem motorista poderá moldar as escolhas de investimento da mineração brasileira nos próximos ciclos.











