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Desempenho do varejo interrompe meses de oscilação e ganha tração em outubro

O varejo ganhou tração em outubro, segundo o IBGE, ao avançar 0,5% após meses de oscilação. A alta foi impulsionada por informática, combustíveis e eletrodomésticos, enquanto vestuário recuou. Estados do Norte lideraram o crescimento, mas o varejo ampliado segue pressionado por quedas em veículos e material de construção. O resultado indica recomposição gradual da demanda e ajuste desigual entre setores e regiões. Saiba mais na matéria completa.
desempenho do varejo no Brasil segundo IBGE
Pesquisa Mensal de Comércio realizada pelo IBGE mostra que o desempenho do varejo ganhou tração em outubro. (Foto: Reprodução)

O desempenho do varejo ganhou novo impulso em outubro, quando avançou 0,5%, registrando maior alta em vendas em sete meses. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada nesta quinta-feira (11/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); que sugere que o setor começa a reconstruir trajetória mais estável, embora ainda sem um vetor claro de aceleração.

Além disso, leitura também indica que o varejo voltou a operar em patamar mais firme do que no trimestre anterior, quando a instabilidade havia limitado a recomposição da demanda.

Esse crescimento mensal não apenas marca a maior variação desde março, como também altera a percepção sobre o ritmo de consumo no fim de 2025. Apesar de a alta ainda estar circunscrita a um cenário econômico desafiador, o movimento reforça que parte das famílias retomou compras represadas, sobretudo em categorias de reposição rápida. Assim, a performance do varejo ajuda a calibrar expectativas para o início de 2026.

Desempenho do varejo e os setores que sustentaram a reação

A reação de outubro contou com apoio de segmentos que responderam à normalização dos preços e à recomposição de estoques. Os dados do IBGE mostram que a alta não se limitou a um único grupo, mas se espalhou por grande parte das atividades pesquisadas.

Entre os setores com maior variação, temos:

  • Informática e comunicação +3,2%: avanço ligado ao barateamento de equipamentos e ao adiamento de compras em trimestres anteriores, que gerou demanda acumulada.
  • Combustíveis +1,4%: efeito associado a custos mais estáveis e ao aumento da circulação urbana após meses de retração logística.
  • Móveis e eletrodomésticos +1,0%: melhora influenciada pela reposição de itens duráveis e pela redução de promoções agressivas.
  • Livros e papelaria +0,6%: retomada favorecida pela reabertura de unidades físicas e pelo movimento de recomposição de margens nas redes.
  • Vestuário –0,3%: queda vinculada ao consumo ainda contido de itens discricionários e à forte competição do e-commerce.

Esse conjunto de resultados reflete uma retomada no desempenho do varejo que se apoia tanto na estabilização do ambiente inflacionário quanto na reorganização do consumo doméstico. Entretanto, ainda que de forma desigual entre categorias.

Leia também: Produção industrial em outubro avança 0,1%, aponta pesquisa do IBGE

Pressões sobre o desempenho regional do varejo ampliado

Apesar dos números favoráveis, a trajetória de desempenho regional do varejo mostra que a melhora não foi homogênea. Estados com maior exposição a serviços e comércio local apresentaram ritmo mais firme, enquanto regiões com maior peso de bens duráveis seguiram sob ajuste.

Entre os principais pontos apresentados na Pesquisa Mensal de Comércio temos:

  • Amapá +10,1% interanual: expansão sustentada pela base deprimida de 2024 e pela maior circulação de renda em centros urbanos.
  • Rio Grande do Norte +8,3%: resultado alinhado ao aumento do fluxo turístico e ao fortalecimento do varejo local.
  • Roraima –8,9%: retração influenciada pela desaceleração das operações de fronteira e pela perda de fôlego do comércio regional.
  • Veículos –4,3% interanual: queda persistente associada ao encarecimento do crédito e à menor disposição das famílias para compras maiores.
  • Material de construção –3,9%: recuo compatível com redução do ritmo de reformas e com menor investimento residencial.

Essa combinação reforça que o desempenho do varejo ampliado segue fragilizado pela dependência de bens financiados, ao contrário do varejo restrito, que se apoia em itens de consumo recorrente e de menor volatilidade.

Caminhos possíveis para a evolução do consumo

A perspectiva para desempenho do varejo nos próximos meses dependerá da trajetória dos juros e da velocidade de recomposição da renda real. A melhora recente sugere que a demanda reprimida seguirá influenciando setores específicos, enquanto segmentos vinculados ao crédito tendem a reagir apenas quando as condições financeiras se tornarem mais favoráveis. O comportamento regional e a diferença entre categorias devem continuar moldando a evolução do varejo, que tende a iniciar 2026 com ritmo melhor, mas ainda dependente da tração de setores hoje enfraquecidos.

Clique aqui e confira a Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE na íntegra.

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