O protótipo do carro voador desenvolvido pela Embraer realizou seu primeiro voo de testes nesta sexta-feira (19/09), na unidade de Gavião Peixoto (SP), inaugurando uma etapa decisiva para um projeto com implicações diretas sobre capital, indústria e novos mercados. A aeronave elétrica, criada pela Eve Air Mobility, ainda não tem uso comercial autorizado, mas já estrutura uma nova frente econômica para o grupo.
Embora o voo tenha caráter experimental, ele sinaliza maturidade tecnológica suficiente para sustentar decisões de investimento. A partir do protótipo do carro voador, a Embraer passa a disputar um mercado que combina aviação elétrica, serviços urbanos e contratos recorrentes, ampliando sua exposição a receitas além da venda tradicional de aeronaves.
Protótipo do carro voador e a estratégia industrial
Do ponto de vista industrial, o programa começa a produzir efeitos concretos no Brasil. A fábrica de Taubaté (SP), preparada para produzir até 480 unidades por ano, concentra uma cadeia que envolve fornecedores de sistemas elétricos, baterias, software embarcado e materiais compostos. Essa estrutura tende a gerar demanda contínua para empresas nacionais e mão de obra especializada.
Além disso, a Eve já acumula cerca de 3 mil pedidos potenciais, o que amplia a previsibilidade de receitas futuras. Esse volume também fortalece o projeto junto a investidores. O financiamento de R$ 200 milhões do BNDES sustenta os testes e a integração dos motores. Os recursos também apoiam o processo de certificação, conectando política industrial e inovação tecnológica.
Efeitos na economia
No campo econômico mais amplo, o protótipo do carro voador amplia o portfólio brasileiro em um segmento de alto valor agregado. Diferentemente da aviação convencional, o eVTOL associa eletrificação, digitalização e novos modelos operacionais, o que pode posicionar o país como fornecedor global de tecnologia para mobilidade aérea urbana.
O interesse de grupos como United Airlines, Thales, Acciona e BAE Systems indica que o projeto já opera dentro de uma lógica internacional de parcerias. Esse formato reduz riscos financeiros, acelera a entrada em mercados externos e cria espaço para contratos de longo prazo ligados a operação, manutenção e gestão de frotas.
Escala econômica do eVTOL experimental
No médio prazo, a evolução do veículo aéreo elétrico tende a destravar um ecossistema que vai além da fabricação. Operadores, infraestrutura de vertiportos, seguros, energia e software passam a integrar a equação econômica. Se as projeções da Eve se confirmarem até 2045, o protótipo hoje em testes pode se tornar uma das principais apostas da Embraer. Nesse cenário, o projeto tende a atrair capital, gerar empregos qualificados e reposicionar o Brasil na economia da aviação elétrica.











