A CNH sem autoescola, como ficou conhecida a resolução que flexibiliza o processo de habilitação de motorista, produziu um efeito curioso e contrário ao esperado no setor de formação de condutores. Desde que as novas regras passaram a valer, em 01/12, a procura por matrículas em Centros de Formação de Condutores (CFCs) avançou 200%, segundo dados do Ministério dos Transportes. O resultado surpreendeu um segmento que previa retração com a flexibilização do processo.
CNH sem autoescola: por que os CFCs passaram a receber mais alunos?
O aumento da procura ocorreu porque as regras de CNH sem autoescola reduziram o custo para iniciar o processo, mas não eliminaram a necessidade das aulas práticas. Ou seja, muitos candidatos ainda preferem ter aulas práticas em centros de formação, pois as mesmas oferecem instrutores, veículos e estrutura já regularizada.
Portanto, na prática, muitos candidatos passam a estudar a parte teórica por conta própria, mas recorrem às autoescolas quando chegam à fase de direção. Como as aulas práticas concentram a maior parte do gasto e da complexidade do processo, a demanda acaba migrando para os CFCs, mesmo sem obrigação formal de matrícula com as regras da resolução CNH sem autoescola.
Como funciona a CNH sem autoescola na prática
A CNH sem autoescola decorre de uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que flexibilizou a primeira habilitação. As principais mudanças foram pontuais:
- Fim da obrigatoriedade de aulas teóricas presenciais em CFCs
O candidato pode estudar de forma independente ou por plataformas digitais, inclusive públicas. - Manutenção das etapas formais
Exame médico, avaliação psicológica, prova teórica e exame prático seguem exigidos. - Aulas práticas continuam obrigatórias
Elas podem ser contratadas em CFCs ou com instrutores credenciados, sem vínculo exclusivo. - Uso de veículo flexibilizado
O teste pode ser feito com carro do CFC ou de instrutor autorizado, desde que regularizado.
Esse desenho reduziu a barreira inicial sem eliminar a necessidade de suporte operacional ao longo do processo.
Veja como a CNH sem autoescola funciona no passo a passo:
Leitura econômica da habilitação flexível
Para o ministro dos Transportes, Renan Filho, a política enfrentou um entrave histórico. “O preço despencou, e o pessoal das autoescolas locais está vendendo mais”, afirmou. A CNH sem autoescola ampliou o mercado ao destravar uma demanda antes represada. Em um país onde a carteira de motorista influencia emprego e renda, a primeira habilitação flexível tende a sustentar o fluxo. O setor agora ajusta serviços e formatos para um público maior, mais jovem e sensível ao orçamento, redefinindo a dinâmica dos centros de formação.











