A liberação de valores do FGTS, publicada no Diário Oficial nesta terça-feira (23/12), deve injetar R$ 7,8 bilhões na economia ao destravar recursos acumulados desde 2020 e ampliar a liquidez de 14,1 milhões de trabalhadores em um ambiente de crédito restrito e juros elevados.
Do total liberado, R$ 3,9 bilhões entram ainda em dezembro. O limite por conta é de R$ 1.800. A segunda parcela, com o saldo remanescente, será paga até fevereiro de 2026. Esse calendário dilui o impacto ao longo de dois exercícios.
Do ponto de vista econômico, a liberação de valores do FGTS funciona como estímulo direto ao consumo. Parte relevante tende a ser direcionada para despesas imediatas. Setores como varejo, serviços, alimentação e transporte concentram maior propensão de uso desses recursos.
Além disso, a liberação melhora o fluxo de caixa das famílias. Em um ambiente de juros elevados e crédito seletivo, o dinheiro reduz pressão sobre endividamento. Isso pode limitar atrasos, renegociações e inadimplência no sistema financeiro.
Liberação de valores do FGTS e o efeito na economia real
A injeção de R$ 7,8 bilhões equivale a reforço pontual na demanda interna. Embora não altere tendências estruturais, o montante sustenta atividade no início de 2026. Economistas costumam classificar esse tipo de liberação como impulso de curto prazo.
O histórico do saque-aniversário ajuda a dimensionar o efeito. Desde 2020, R$ 192 bilhões foram liberados. Desse total, 60% seguiram para bancos via empréstimos consignados, segundo dados oficiais. Agora, a liberação mira recursos ainda disponíveis.
Esse desenho limita o alcance fiscal. Não há criação de despesa primária direta. O FGTS opera fora do orçamento federal, mas influencia a atividade econômica ao ampliar circulação monetária. Liberação de valores do FGTS e o sistema financeiro
Relação entre FGTS liberado e o sistema financeiro
Parte dos beneficiários possui saldo comprometido com crédito. Nesses casos, apenas o valor livre será pago. Isso reduz o impacto total, mas preserva equilíbrio do sistema bancário. A Caixa coordena os pagamentos e a operação do fundo.
Ainda assim, a liberação de valores do FGTS amplia liquidez em um momento de cautela empresarial. Pequenos negócios tendem a se beneficiar indiretamente. Logo, o consumo local costuma reagir primeiro a esse tipo de liberação.
Desbloqueio de recursos e impacto no curto prazo
No horizonte de negócios, a medida reforça a leitura de uso do FGTS como instrumento anticíclico. Sem alterar regras permanentes, o governo antecipa recursos para sustentar a economia. Além disso, o efeito não é permanente, mas atua como amortecedor em um cenário de crédito restrito.











