A alta da passagem aérea concentrou a principal pressão inflacionária do grupo Transportes no IPCA-15 de dezembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (23/12). O grupo acelerou de 0,22% em novembro para 0,69% no mês, respondendo por 0,14 ponto porcentual da taxa geral de 0,25%.
O encarecimento do transporte aéreo respondeu isoladamente por 0,09 ponto porcentual do índice. As passagens subiram 12,71% no mês, maior impacto individual entre todos os itens pesquisados. O avanço ocorreu em um período de forte demanda sazonal, o que ampliou o peso desse serviço no orçamento das famílias.
Além do transporte aéreo, outros serviços privados reforçaram a pressão inflacionária. O transporte por aplicativo registrou alta de 9% em dezembro, com impacto de 0,02 ponto porcentual no índice. O dado indica que a elevação dos custos de mobilidade urbana não se restringiu às viagens de longa distância.
Alta no custo do transporte aéreo
Os combustíveis tiveram comportamento mais moderado no período. O subgrupo avançou 0,26% em dezembro, com altas de 1,7% no etanol e de 0,11% na gasolina. Em sentido oposto, o gás veicular caiu 0,26% e o óleo diesel recuou 0,38%, ajudando a conter o impacto combinado com o encarecimento do transporte aéreo.
Enquanto isso, o transporte público apresentou alívio relevante. O ônibus urbano teve queda de 0,69%, refletindo gratuidades concedidas aos domingos e feriados em capitais como Belém e Brasília, além de redução tarifária em Curitiba. Essas medidas também influenciaram os recuos observados no metrô (-0,62%), no trem (-0,11%) e na integração do transporte público (-0,16%).
Alta da passagem aérea e o contraste com tarifas públicas
Esse contraste reforça a diferença entre a dinâmica dos serviços privados e as políticas locais de transporte coletivo. Enquanto a alta da passagem aérea e de serviços urbanos pressionou o índice, ações municipais ajudaram a aliviar parte dos gastos com deslocamento diário das famílias.
Avanço do preço das passagens aéreas
Do ponto de vista analítico, o comportamento de dezembro mostra que o custo do transporte aéreo segue como vetor sensível da inflação de serviços. A combinação de sazonalidade, demanda elevada e estrutura de custos do setor tende a manter o item sob monitoramento nos próximos meses, sobretudo pelo impacto direto que exerce sobre o orçamento das famílias e sobre a leitura qualitativa do IPCA.











