A BP vende Castrol ao fechar um acordo para alienar 65% do negócio global de lubrificantes para a gestora norte-americana Stonepeak por cerca de US$ 6 bilhões. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (24/12) e marca a maior venda de ativos da companhia britânica até agora dentro de seu plano de desinvestimento.
O acordo atribui à Castrol um valuation de US$ 10,1 bilhões. A operação cria uma nova joint venture, na qual a BP manterá uma participação de 35%. Pelo contrato, a petrolífera poderá vender essa fatia remanescente após um período de bloqueio de dois anos.
BP vende Castrol e prioriza foco financeiro
A transação se insere no plano mais amplo da BP de levantar até US$ 20 bilhões com a venda de ativos. Segundo a companhia, os recursos serão usados principalmente para reduzir a dívida e elevar os retornos aos acionistas. Uma decisão assertiva em um momento de pressão por disciplina financeira no setor de energia.
Do valor total do negócio, cerca de US$ 800 milhões correspondem a pagamentos acelerados de dividendos. A BP afirmou que espera concluir a operação até o fim de 2026, condicionada a aprovações regulatórias e ao cumprimento das etapas contratuais.
Valuation ajustado chama atenção do mercado
Embora o acordo avalie a Castrol em pouco mais de US$ 10 bilhões, analistas da RBC ponderaram que o valor econômico efetivo cai para cerca de US$ 8 bilhões. Isso, após ajustes relacionados a participações minoritárias e obrigações semelhantes a dívidas. Essa diferença ajudou a moderar a reação do mercado ao anúncio.
As ações da BP chegaram a subir mais de 1% logo após a divulgação do acordo, mas perderam força ao longo do pregão e migraram para o território negativo, refletindo uma leitura mais cautelosa dos investidores sobre o impacto financeiro da venda.
Desinvestimento da BP redefine portfólio
A decisão ocorre após a BP colocar a Castrol sob revisão estratégica no início do ano. A medida faz parte de um redesenho do portfólio, que inclui simplificação operacional e redução do ritmo de investimentos em energia renovável, com maior concentração no negócio central de petróleo e gás.
Ao concluir que a BP vende Castrol como ativo não essencial, a companhia sinaliza uma mudança pragmática na alocação de capital. O movimento reforça a tendência de grandes petrolíferas priorizarem geração de caixa e retorno financeiro, mesmo que isso implique reduzir a diversificação construída nos últimos anos.











