O investimento em biodiesel anunciado pela Biopower, no valor de R$ 140 milhões, redefine a escala industrial da empresa ao modernizar três usinas no Brasil. O aporte atinge as unidades de Lins, em São Paulo, Campo Verde, no Mato Grosso, e Mafra, em Santa Catarina, com foco em tecnologia e eficiência produtiva.
A companhia, controlada pela JBS Novos Negócios, direciona os recursos para inovação industrial em um momento de expansão regulatória do setor. A legislação brasileira prevê elevar a mistura obrigatória de biodiesel no diesel fóssil dos atuais 15% (B15) para 20% (B20) até 2030, criando previsibilidade de demanda.
Com a modernização, a Biopower projeta produzir cerca de 650 milhões de litros em 2025. Esse volume reforça a estratégia de antecipação ao crescimento do mercado de biocombustíveis, que registra aumento consistente impulsionado por metas ambientais e políticas energéticas.
Investimento em biodiesel e salto tecnológico
O núcleo do projeto está na adoção da esterificação enzimática, tecnologia que substitui catalisadores químicos por enzimas industriais. O processo amplia a produtividade, melhora o rendimento operacional e reduz perdas na conversão de matérias-primas.
A inovação também permite maior flexibilidade industrial, com uso de sebo bovino, óleo de cozinha usado e reaproveitamento de subprodutos antes vendidos separadamente. Segundo a empresa, essa configuração fortalece a eficiência energética e o controle de custos ao longo da cadeia.
Investimento em biodiesel alinhado à regulação
O projeto começou em 2025 e deve ser concluído até meados de 2026. A decisão ocorre em paralelo ao avanço da política de mistura obrigatória, que sustenta o crescimento do consumo doméstico de biodiesel no médio prazo.
Em 18 anos, a Biopower já produziu mais de 4 bilhões de litros, evitando cerca de 9 milhões de toneladas de CO₂, segundo dados da empresa. A unidade de Mafra alcançou recentemente 1 bilhão de litros produzidos, consolidando sua relevância operacional.
Leia também: Corte de benefícios tributários gera reação da indústria após sanção do Governo
Aporte em biodiesel e novas frentes
Além do transporte rodoviário, a companhia avalia oportunidades no transporte marítimo, impulsionadas pelas metas da Organização Marítima Internacional (IMO). O órgão estabeleceu o objetivo de emissões líquidas zero até 2050 no setor naval.
De acordo com a Biopower, o biodiesel pode substituir o diesel marítimo sem adaptação técnica, mantendo desempenho operacional e custo competitivo frente a outras alternativas.
No conjunto, o investimento em biodiesel posiciona a empresa para atender tanto à expansão regulatória interna quanto à demanda internacional por energia limpa, em um ciclo de crescimento sustentado por política pública e tecnologia industrial.











