As metas financeiras dos brasileiros para 2026 têm um ponto claro de convergência: guardar dinheiro. Segundo pesquisa do Datafolha, divulgada em dezembro, 44% da população afirma que economizar será o principal objetivo no próximo ano.
O dado surge em um contexto de orçamento ainda pressionado. Embora a inflação tenha perdido força em 2025, o comprometimento da renda segue elevado e influencia o planejamento financeiro das famílias.
Metas financeiras dos brasileiros e o peso do endividamento
Esse cenário ajuda a explicar a contradição observada ao longo do ano. Um levantamento da Serasa, divulgado em julho, mostrou gastos maiores no primeiro semestre de 2025 que em 2024, apesar da intenção de controlar despesas.
De acordo com a Serasa, o país soma mais de 80 milhões de pessoas endividadas, com 321 milhões de dívidas ativas, que totalizam R$ 509 bilhões. Esse volume limita a capacidade de poupança e pressiona decisões de consumo no curto prazo.
Prioridades além da poupança para 2026
Além das metas ligadas a dinheiro, o Datafolha mostra objetivos de qualidade de vida e renda para 2026. Os percentuais abaixo detalham essas prioridades declaradas na pesquisa.
- 37% dos brasileiros pretendem passar mais tempo com familiares e amigos, indicando que o convívio pessoal ocupa espaço relevante entre as metas para o próximo ano.
- 25% apontam como objetivo investir em atividade física e melhorar a alimentação, o que reflete preocupação com saúde e bem-estar.
- 23% afirmam que pretendem trabalhar por conta própria ou abrir um negócio em 2026, sinalizando busca por autonomia financeira e diversificação de fontes de renda.
- Pesquisa Datafolha: 2.002 entrevistados em 113 municípios, com pessoas a partir de 16 anos; margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Planejamento financeiro da população brasileira
O contraste entre intenção e prática sugere que as metas financeiras dos brasileiros dependem menos de discurso e mais de condições estruturais. Com crédito mais caro e alto estoque de dívidas, a capacidade de poupar tende a avançar de forma gradual ao longo de 2026, conforme aponta o Datafolha, responsável pelo levantamento nacional sobre as prioridades da população.











