O aumento de capital da Casas Bahia alcançou R$ 1,032 bilhão após aprovação do conselho na terça-feira (30/12), consolidando a etapa final da reestruturação financeira iniciada em 2023. A operação ocorreu por meio da conversão de debêntures em ações, conforme comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A deliberação foi amparada pelo artigo 166 da Lei das Sociedades por Ações e respeitou os limites previstos no estatuto social. Por isso, a companhia não precisou promover alteração estatutária para executar a operação, o que acelerou o processo societário.

Do montante aprovado, R$ 10,3 milhões foram incorporados diretamente ao capital social. O valor remanescente foi destinado à conta de reserva de capital, reforçando o patrimônio líquido da varejista sem gerar entrada de caixa adicional.

Aumento de capital da Casas Bahia e conversão de dívida

O aumento de capital da Casas Bahia decorreu da emissão de 278,1 milhões de novas ações ordinárias, todas nominativas e escriturais. Esses papéis resultaram da conversão da 3ª série da 11ª emissão de debêntures, conforme condições previamente estabelecidas na escritura.

Com a operação, o capital social passou de R$ 7,09 bilhões para R$ 7,10 bilhões. Já o número total de ações saltou de 653,8 milhões para 932 milhões, ampliando a base acionária e produzindo efeito de diluição.

A troca de dívida por participação acionária reduziu obrigações financeiras futuras. Além disso, a empresa substituiu despesas financeiras por reforço patrimonial imediato, ajustando sua estrutura de capital.

Aumento de capital da Casas Bahia e reorganização financeira

O grupo Casas Bahia anunciou o aumento de capital um dia após informar a conclusão da reestruturação iniciada em 2023. Segundo a companhia, o processo permitirá reduzir o endividamento em cerca de R$ 3 bilhões.

A reorganização também projeta economia de R$ 4,7 bilhões em despesas financeiras entre 2026 e 2030. O último passo foi a conclusão da 11ª emissão de debêntures, no valor de R$ 2,4 bilhões.

Capitalização e novo desenho financeiro

A conversão das debêntures estava prevista no instrumento que regula a 11ª emissão, estruturada em até quatro séries. O modelo inclui diferentes prazos, garantias reais e opções de conversão em ações, o que amplia alternativas financeiras.

No contexto do varejo, o reforço patrimonial via capitalização da Casas Bahia reduz pressão sobre o caixa operacional. Ao mesmo tempo, cria espaço para ajustes estratégicos em um ambiente de consumo ainda seletivo.

O aumento de capital da Casas Bahia redesenha a relação entre dívida e patrimônio da companhia. Além disso, esse novo arranjo tende a influenciar decisões futuras de financiamento, disciplina financeira e posicionamento competitivo no setor.