Lobistas do Facebook e do Google pressionaram contra a nova legislação dos Estados Unidos da América que objetiva ajudar as editoras de notícias e que as permite negociar coletivamente contra as empresas de tecnologia sobre a divisão da receita. Parlamentares dos EUA apresentaram o plano ao Congresso na quarta-feira, 10, para resolver um desequilíbrio de poder entre os meios de comunicação.
Os críticos acusam as empresas de usar conteúdo para direcionar tráfego e receita de anúncios para suas plataformas sem compensar de forma justa os editores. A medida aumenta a pressão sobre as empresas de tecnologia, que enfrentam processos antitruste e ameaça de mais regulação.
O Google não quis comentar a proposta e lançou um site na quinta-feira afirmando que é “um dos maiores apoiadores financeiros do jornalismo” em virtude da receita de anúncios e taxas de licenciamento de conteúdo que fornece à mídia. Na declaração, disse que o mecanismo de busca envia leitores para sites de editoras 24 bilhões de vezes por mês.
Dois grupos da indústria de tecnologia aos quais o Facebook e o Google pertencem – a Computer & Communications Industry Association e a NetChoice – também se opõem ao projeto de lei. O grupo se opôs a uma versão de 2019 da legislação e vê a proposta de negociação conjunta como uma forma de restringir a concorrência.
Alguns analistas dizem que o projeto pode beneficiar desproporcionalmente empresas de private equity e fundos de hedge que compraram cadeias de jornais de médio e grande porte. Jornais como o Chicago Tribune e o Miami Herald são controlados por empresas como Alden Global e Chatham Asset Management.
Recentemente, o Facebook lutou com a Austrália sobre quanto deveria pagar aos editores de notícias por seu conteúdo. Durante o embate, o Facebook bloqueou as páginas de notícias australianas e só as restaurou após o governo fazer concessões.
Fonte: UOL