O Banco Central (BC) projeta um crescimento do PIB de 2,1% em 2022, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira. Para 2021, a expectativa foi ajustada de 4,6% para 4,7%. No entanto, a probabilidade de estourar o teto da inflação aumentou de 71% no relatório anterior para 100% neste.
Enquanto o BC mantém uma perspectiva otimista, o mercado adota uma postura mais cautelosa. O relatório Focus, divulgado na última segunda-feira, indicou uma revisão para baixo, com a expectativa de alta na atividade econômica reduzida para 1,57% em 2022. Quatro semanas antes, essa previsão era de 2%.
Algumas instituições financeiras já estimam um crescimento ainda menor, com projeções abaixo de 1% para o próximo ano. O Itaú Unibanco, por exemplo, projeta uma alta de apenas 0,5%, enquanto o JP Morgan espera um crescimento de 0,9% e a MB Associados revisou sua expectativa para 0,4%.
Para o BC, a economia será impulsionada pelo arrefecimento da pandemia, pelas boas perspectivas para a agropecuária e a indústria extrativa, e pelo aumento na confiança do mercado de trabalho. No entanto, o cenário não é isento de riscos. Fatores como choques de oferta, juros mais altos, e a crise hídrica em potencial podem limitar o crescimento.
O Ministério da Economia, por sua vez, mantém uma visão mais otimista, projetando um avanço de 5,3% do PIB para este ano e de 2,5% para 2022, muito acima das expectativas do mercado financeiro.