Mesmo com a retomada do setor, bares, restaurantes, cafés e lanchonetes de todo o país ainda enfrentam muitas dificuldades para retomar o perfil de faturamento do período anterior à pandemia. Segundo a nova pesquisa da série Covid-19, realizada pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR), pela consultoria Galunion, especializada no mercado food service, e pelo Instituto Foodservice Brasil (IFB), 63% das empresas ainda não recuperaram as vendas em relação à pré-pandemia.
Esse percentual é com base na comparação de outubro de 2021 com outubro de 2019. Além disso, 37% dos entrevistados afirmaram que superaram a receita no mesmo período. A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 28 de novembro com 560 empresas de todo o país e de diversos perfis – de redes a independentes – que representam 15.512 lojas.
De acordo com o levantamento, 54% dos bares e restaurantes analisados estão localizados nas ruas e outros 21% em shoppings e centros comerciais. O nível de endividamento das empresas teve uma pequena melhora em relação a setembro.
Na ocasião, 55% do setor se declarava endividado. Hoje, esse percentual caiu para 48%. A maior parte das dívidas, segundo 78% dos entrevistados, está nos bancos. 48% têm tributos em atraso. 48% afirmaram que levarão até 3 anos pagar seus débitos, mesmo índice da pesquisa anterior.
Para Fernando Blower, diretor executivo da ANR a pesquisa revela que a recuperação está apenas no início e o setor ainda tem um longo caminho a percorrer para um crescimento consistente. “A boa notícia é que temos uma pequena melhora de alguns indicadores, como o número de empresas endividadas. Mas o processo de recuperação será longo. E ainda vivemos momentos de muita apreensão com o aumento de casos de Covid-19 na Europa e a chegada dessa nova variante”, afirma Blower.
A pesquisa também quis saber também das empresas se os clientes voltaram a consumir como antes da pandemia. 47% disseram que não e 34% responderam afirmativamente. Outros 18% dos entrevistados representam lojas que foram abertas na pandemia. Um dos fatores que ajuda a explicar a situação atual do segmento é a quantidade de empresas que afirmaram operar com número de colaboradores abaixo do ideal: 69%.
Sobre trabalhos temporários de fim de ano, a maior parte das empresas – 53% – afirma que não irá contratar e outros 47% admitem que devem ampliar o quadro de colaboradores. Com o avanço da vacinação no segundo semestre e a abertura do setor sem restrições na maior parte do país, as empresas esperam faturar neste segundo semestre 39%, em média, acima do primeiro (período em houve novo lockdown em boa parte do país por causa da expansão da Covid-19, especialmente entre os meses de março e abril).
A respeito do faturamento total do ano, 53% das empresas afirmam que esperam terminar com aumento do lucro em relação a 2020. Outros 20% disseram que seguem em estabilidade e 17% com prejuízo. Em relação aos principais desafios para 2022 aparecem com destaque atrair novos cliente e crescer vendas (68%) e a inflação (64%).