*Coluna por Carlos Barbosa, 23/08/2022
A rotina das empresas carrega um emaranhado de discussões técnicas intersetoriais das mais diversas e de diferentes níveis de complexidades. Cada área tem seus conteúdos específicos e, em alguns pontos, pode até existir interseção de conhecimento. Todo esse cabedal literário precisa ser usado com habilidade (saber fazer) e atitude (querer fazer) pela parte humana constitutiva da empresa, de forma a alcançar as metas traçadas. É exatamente nesse ponto, o das competências dos negócios (conhecimento, habilidade e atitude), que se precisa manter grande alerta na manutenção de um alinhamento de qualidade.
Quando se trata de questões técnicas nas empresas, normalmente apenas se aborda o tema, não levando em consideração a existência de problemas de comunicação. Em muitas situações as conversas seguem com aparente fluência. Mas essa fluência, em muitas ocasiões, está limitada ao conhecimento de conteúdo de um ou de alguns dos interlocutores. É fato que diálogos truncados ou mesmo mal compreendidos são muito corriqueiros nas corporações e isso costuma gerar grandes dificuldades na execução das tarefas, por conta de decisões tomadas sob informações turvas. Nivelar o básico do conhecimento, seja técnico ou de negócio, faz grande diferença na rotina das empresas.
O corpo funcional das empresas precipuamente precisa entender das suas tarefas e detalhadamente das suas atividades. Essa premissa é o que dá a capacidade de mover ou de fazer fluir o funcionamento das empresas. O conhecimento de como realizar tarefas, de como otimizar atividades ou de como solucionar problemas são formas de retratar a habilidade. Isso é um passo adiante na formação das competências de uma empresa. Por outro lado, a falta de habilidade pode ser encontrada em muitas situações na empresa, como: a incapacidade de aprender coisas novas; a dificuldade de relacionar-se; a falta de compreensão dos processos integrados; a dificuldade de entendimento dos limites de atuação de cada cargo; a definição equivocada de atividades; a dificuldade de liderar uma área; dentre outros. A falta de Habilidade pode não apenas comprometer a qualidade do trabalho, mas também resvalar nos relacionamentos interpessoais das áreas.
A atitude é o terceiro componente da competência. Para se perceber atitude dentro das competências da empresa é fundamental a vontade de fazer acontecer, a coragem de vencer e o espírito para desbravar, usando todo o conhecimento adquirido. Como exemplos concretos de atitude, pode-se citar: concretização de um projeto; melhoria de um processo; capacitação de uma equipe; compra de uma linha de produção; ingresso em novo mercado; dentre outros. Porém, a falta de atitude profissional é uma característica que infelizmente não é rara. Para exemplificar tal realidade, pode-se destacar: indisposição de alguns profissionais para a solução de determinados problemas complexos; decisões de níveis hierárquicos superiores não repassadas para as hierarquias inferiores; falta de definição de cronograma de tarefas para organizar um projeto; dentre outros. Todos estes exemplos de falta de atitude refletem relaxamento com os compromissos acordados.
O tripé da Competência, formado pelo conhecimento, habilidade e atitude, precisa ser mantido sob vigília, pois dele depende a continuidade do negócio. Para isso, muitas podem ser as iniciativas a serem tomadas, como: capacitar as equipes; incentivar a leitura; manter giro de tarefas entre os profissionais; criar uma rotina de discussão das atividades e processos; gerar constante reflexão sobre inovações; elogiar os bons trabalhos; incentivar a melhoria daquilo que precisa melhorar; dentre outros. Vale ainda mencionar que, o registro oficial das tomadas de decisão é um caminho que gera segurança para criar provas dos fatos, dos atos e dos responsáveis, gerando compromissos, além de um conhecimento acumulado dos problemas enfrentados e das decisões ao longo da história da empresa. Isso acaba por ajudar a revelar o nível de conhecimento, de habilidade e de atitude que os profissionais oferecem para os negócios. As Atas de toda reunião realizada, os e-mails, as gravações de reuniões virtuais e toda e qualquer forma de organização documental para registrar as interações profissionais, são cruciais para esclarecer o cenário discutido, as decisões tomadas e os envolvidos.
Em resumo, é esclarecedor que, para a efetivação das estratégias traçadas, não basta coletar conteúdo literário ou dados da empresa. Usar esse levantamento de conteúdo para verdadeiramente compreender como levar a empresa em direção ao objetivo desejado, é algo de extrema relevância. Mas usar essa geração de conhecimento do negócio para tomar atitudes profissionais que busquem efetivamente perseguir as estratégias delineadas é o que suporta a quebra da inércia, rumo à luta no mercado. Esse tripé (conhecimento, habilidade e atitude) perfaz as competências dos negócios que são decisivas para o sucesso no mercado.
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do ENB.