Nessa terça-feira (7), ocorreram intensos protestos na França contra a reforma da Previdência, com bloqueio de refinarias, viagens de trens canceladas, escolas fechadas e a ameaça de prorrogação das greves até a retirada do projeto de lei impopular. Os sindicatos comemoraram o que chamaram de “mobilização histórica”, principalmente em Paris.
De acordo com o Ministério do Interior, a manifestação foi a maior já registrada contra a reforma da Previdência na França, com 1,28 milhão de manifestantes. “Conseguimos mostrar a determinação do mundo do trabalho”, afirmou Laurent Berger, líder do sindicato CFDT, que celebrou a “mobilização histórica” durante a manifestação em Paris. “O governo não pode continuar a se fazer de surdo”, acrescentou.
Por sua vez, o sindicato CGT estimou que 3,5 milhões de pessoas protestaram contra o projeto de adiar a idade da aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030. Nas últimas semanas, as principais cidades francesas têm sido palco da mais importante luta por direitos trabalhistas em todo o mundo. Centenas de milhares de trabalhadores têm participado de atos ao redor do país com o objetivo de barrar a reforma das leis do trabalho proposta pelo governo desde o início de março.
A receita adotada pelo presidente francês François Hollande para enfrentar a crise econômica é uma velha conhecida dos brasileiros. Em fevereiro, um novo projeto de lei trabalhista foi anunciado para agradar os patrões, o que, além de retirar direitos históricos dos trabalhadores, aumenta a precariedade nos contratos de trabalho e facilita as demissões.