A Argentina enfrenta uma inflação anual acima de 100%, atingindo três dígitos pela primeira vez desde 1991, quando o país saía da hiperinflação. Segundo a agência de estatísticas do país, o aumento mensal do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) foi de 6,6% em fevereiro, acima das previsões dos analistas. A inflação anual chegou a 102,5%, com a inflação acumulada no bimestre em 13,1%.
Economistas preveem que a inflação poderá chegar a mais de 110% em 2023. Em janeiro, a inflação acumulada em 12 meses era de 98,8%, e desde janeiro de 2022, a inflação está em trajetória de alta, com 13 altas mensais consecutivas. Para controlar a perda do poder de compra da população, o Banco Central argentino aumentou a taxa básica de juros no ano passado, que está em 75% desde setembro de 2022, mas o patamar não está sendo suficiente para controlar o avanço da inflação.
De acordo com o Indec, o grupo de alimentos e bebidas não alcoólicas puxou a alta do índice de preços no mês de fevereiro, com aumento de 9,8%. Comunicação (+7,8%) e restaurantes e hotelaria (+7,5%) também elevaram a taxa. Cada vez mais a população argentina sente os efeitos negativos da inflação, com a perda do poder de compra e o aumento do custo de vida. A situação econômica do país vizinho preocupa os países da região, que acompanham de perto a evolução da inflação na Argentina.