O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, fez duras críticas às taxas de juros do Brasil durante um seminário no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nesta segunda-feira (20). Ele classificou as taxas como “pornográficas” e incompatíveis com a situação fiscal do país, que tem uma dívida bruta equivalente a 73% do PIB e reservas internacionais de US$ 370 bilhões.
Gomes da Silva também defendeu uma reforma tributária que reduza a carga sobre a indústria a níveis mais próximos aos oferecidos ao agronegócio. Ele argumentou que a redução dos juros e a reforma tributária são fundamentais para a implementação de políticas industriais eficazes e para a criação de uma nova industrialização do Brasil.
Segundo o presidente da Fiesp, o setor industrial já foi responsável por 30% do PIB e hoje responde por apenas 12%. Ele também destacou que a indústria paga 30% de todos os impostos do país e que 45% da renda adicionada pela indústria representam impostos. Em contrapartida, o agronegócio paga apenas 5% de impostos e ainda dispõe de um plano de financiamento com subsídios de R$ 13 bilhões por ano.
Gomes da Silva concluiu seu discurso afirmando que a indústria brasileira precisa das mesmas condições oferecidas ao agronegócio para se desenvolver. Ele ressaltou que a redução da carga tributária e a equiparação dos subsídios de financiamento são essenciais para tornar a indústria brasileira mais competitiva e promover um desenvolvimento sustentável para o país.