Rafael Saccol Bagolin, fundador e CEO da Jusfy/ Foto: Divulgação
A plataforma jurídica Jusfy revela que quase metade dos contratos de financiamento bancário analisados por advogados em sua plataforma foram considerados abusivos no ano de 2022.
Um relatório divulgado pela startup jurídica Jusfy aponta que 42% dos contratos de financiamento bancário consultados por advogados em sua plataforma foram considerados abusivos em 2022. A Jusfy é uma plataforma que auxilia advogados a resolverem dúvidas jurídicas de forma rápida e eficiente.
No ano passado, a plataforma registrou um total de 191.360 cálculos realizados pelos usuários. Destes, 77.083 eram cálculos revisionais e 32.374 foram classificados como abusivos. A startup possui um banco de dados que conta com mais de 4.500 usuários, em sua maioria advogados recém-formados e escritórios de pequeno e médio porte.
Rafael Bagolin, advogado, fundador e CEO da Jusfy, explica que o objetivo da plataforma é se tornar o sistema operacional do advogado, reduzindo entraves que possam paralisar ou atrasar o trabalho desses profissionais.
As ações revisionais são instrumentos jurídicos que buscam reduzir as prestações de financiamentos para os consumidores, combatendo a cobrança de juros abusivos ou anatocismo por parte das instituições financeiras e bancos. Na plataforma da Jusfy, os advogados têm a possibilidade de recalcular todo o financiamento utilizando a taxa média do Banco Central do Brasil (BACEN), evidenciando as diferenças existentes entre o valor pago e o valor recalculado do financiamento.
Bagolin destaca que a maioria dos tribunais brasileiros adota o critério de considerar abusivo o contrato bancário que estiver 50% acima da taxa média do Banco Central para a modalidade contratada. Essa informação reforça a importância de uma análise cuidadosa dos contratos de financiamento para evitar a cobrança de juros excessivos e garantir que os consumidores não sejam prejudicados.
O relatório da Jusfy alerta para a necessidade de maior fiscalização e regulação do setor financeiro, a fim de proteger os consumidores de práticas abusivas por parte das instituições financeiras.
A divulgação desses dados é fundamental para conscientizar a população sobre a importância de estar atenta aos contratos de financiamento e de contar com a assistência jurídica adequada na hora de firmar acordos com instituições financeiras, evitando assim a assinatura de contratos abusivos.
Lowtech
A startup jurídica Jusfy, fundada em São Paulo por Rafael Saccol Bagolin e Juliano Lima, recebeu um investimento seed de R$ 7 milhões em 2022 para expandir seus negócios. A rodada de investimentos contou com a liderança da SaaSholic, que contribuiu com cerca de US$ 500 mil, juntamente com a participação da Harvard Angels, Norte Ventures e investidores anjo, como João Costa, da KOVI, Victor Lazarte da Wildlife, Daniel Arbix, diretor-jurídico do Google, Ricardo Goldfarb, da Lojas Marisa, Alexandre Dubugras, cofundador da Alude, entre outros nomes do mercado.
A Jusfy é uma lawtech que oferece ferramentas jurídicas de alta tecnologia e inteligência artificial para automatizar e maximizar o tempo dos advogados e contadores, permitindo a realização de cálculos complexos de forma simples e financeiramente mais econômica. Com mais de 4.500 usuários, a empresa busca se tornar o sistema operacional do advogado, mitigando os entraves que paralisam ou atrasam a operacionalidade do profissional.