O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está planejando criar um novo fundo para a preservação da Amazônia, além de incentivar instituições financeiras internacionais a negar crédito a empresas envolvidas em desmatamento no Brasil. Durante uma reunião realizada no Panamá neste mês, o BNDES sugeriu ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que barrasse o crédito aos criminosos ambientais, oferecendo a mesma ferramenta de monitoramento via satélite usada no Brasil, o MapBiomas.
O BID deve enviar representantes ao Brasil em abril para avaliar a possibilidade de aplicação da ferramenta em suas próprias análises de crédito. O BNDES começou a usar o MapBiomas este ano para atender a uma regra do Banco Central que impede a concessão de financiamento de crédito rural destinado a propriedades suspeitas de destruir a floresta em suas propriedades.
A ferramenta, considerada uma das melhores em monitoramento da floresta no mundo, cruza imagens de satélite com o banco de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) do solicitante e identifica se há indícios de desmatamento ilegal naquele imóvel. Desde que começou a usar a ferramenta em fevereiro, o BNDES já barrou 58 pedidos de crédito, que somam quase R$ 25 milhões, incluindo atividades como soja e criação de gado bovino de corte.
A ideia do BNDES é ampliar esse mecanismo para outros países e agilizar o processo de suspensão de créditos para coibir a destruição da floresta. Tocantins foi o estado com maior valor de crédito negado, seguido por Pará e Rondônia. A metodologia já é aplicada a todos os 30 bancos que operam o Plano Safra do BNDES, incluindo instituições privadas que possam ser acionadas pelos produtores rurais.









