Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
A renúncia de Carlos Melles ao cargo de diretor-presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) nesta quarta-feira (29) abre espaço para o governo federal acomodar aliados políticos no comando da instituição. Melles liderava o Sebrae desde 2019, tendo sido reeleito para um novo mandato que se estenderia até 2026.
A decisão de Carlos Melles foi formalizada por meio de uma carta entregue ao presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, José Zeferino Pedroso. “Expresso meu respeito a todo o Sistema do Sebrae e aos milhões de empresários de pequenos negócios”, afirmou Melles no documento.

Desde que assumiu a presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem buscado retirar os dirigentes da diretoria executiva, do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal da Sebrae que foram eleitos em 2022.
“Como alguém que conhece bem o Sebrae, vejo com preocupação as recentes mudanças e disputas políticas na instituição. Acredito que o Sebrae deve manter-se independente e focado no apoio às micro e pequenas empresas, que são vitais para a economia brasileira. No entanto, mesmo diante desse cenário, espero que os profissionais do Sebrae continuem trabalhando com dedicação e empenho para fornecer o suporte necessário aos empreendedores, independentemente das disputas políticas que ocorram em sua liderança”, disse um ex-dirigente do Sebrae que não quis se identificar.
Melles cumpriu seis mandatos como deputado federal por Minas Gerais, e, atualmente, é filiado ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O objetivo do governo federal é promover uma nova eleição para a presidência da instituição, beneficiando Décio Lima, candidato derrotado ao governo de Santa Catarina.