A energia eólica offshore tem potencial para transformar a economia brasileira e posicionar o país como líder global em energia renovável. Estudos apontam que a aprovação do Projeto de Lei 576/202 pode atrair investimentos e gerar empregos no setor, impulsionando o desenvolvimento tecnológico e crescimento sustentável. Com 7.367 km de costa e 3,5 milhões de km² de espaço marítimo sob sua jurisdição, o Brasil possui características favoráveis para a instalação e operação de empreendimentos de energia elétrica offshore, especialmente a eólica.
Atualmente, há 186 gigawatts (GW) de projetos de energia eólica offshore com pedido de licenciamento no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Esses projetos, após a aprovação do Projeto de Lei 576/202, representariam o dobro do atual parque de geração de eletricidade do país, que no ano passado alcançou 185 GW de capacidade instalada. Há potencial para adicionar 2 GW a 3 GW por ano na geração eólica offshore. No segmento onshore, já consolidado no Brasil, são mais de 25 GW instalados, com previsão de ultrapassar os 44 GW em 2028.
O Projeto de Lei 576/202, que visa estabelecer um marco legal para a energia eólica offshore no Brasil, necessita de debate e aprovação a fim de solucionar questões pendentes e possibilitar que o país se torne um centro global na indústria deste setor. Especialistas enfatizam a importância dessa aprovação para assegurar o progresso da energia eólica offshore no território brasileiro. Um aspecto controverso do projeto é um repasse financeiro de 2% na forma de royalty. Tal contribuição pode afetar o preço da energia gerada, levando a indústria a defender a redução dessa alíquota.
Setor energético equilibrado
Sobre essa pauta, o empresário Rodrigo Mello, CEO da Kroma Energia, uma das maiores empresas do setor no país, expressou otimismo e visão técnica em relação à energia eólica offshore no Brasil e ao potencial impacto do Projeto de Lei 576/202. Ele comentou: “A aprovação deste marco legal representa uma abertura para um futuro energético mais sustentável e competitivo no país. Com a nossa vasta costa e recursos naturais, temos uma oportunidade única de liderar a indústria global de energia eólica offshore, gerando empregos de qualidade e impulsionando a inovação tecnológica. Contudo, é importante frisar que essa é uma política voltada para o futuro, já que ainda temos muito a explorar em potenciais onshore e o Brasil precisa retomar o crescimento econômico para demandar tanta energia. Dessa forma, podemos construir um setor energético equilibrado e resiliente, preparado para atender às necessidades de um país em desenvolvimento.”
ESG
Um pesquisa realizada pela PwC Brasil e Ibracon revela que 96% das empresas listadas no Ibovespa fazem parte do Pacto Global da ONU para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (em comparação com 90% no ano anterior), e 67% são signatárias do GHG Protocol (ante 63% anteriormente). Isso mostra um maior comprometimento das empresas listadas na B3 com a agenda ESG.
Fundos sustentáveis em 2022
No cenário internacional, a Morningstar aponta que os fundos sustentáveis atraíram US$ 22,5 bilhões em novos investimentos líquidos no terceiro trimestre de 2022. Embora esse valor seja inferior aos US$ 33,9 bilhões do segundo trimestre, os fundos sustentáveis mostraram maior resiliência diante dos desafios de mercado em comparação aos fundos de mercado mais amplos, que registraram saídas líquidas de US$ 198 bilhões no mesmo período.