Crise no setor afeta indústria, taxa de desemprego e arrecadação de tributos no Brasil.
As empresas de varejo no Brasil enfrentam uma crise sem precedentes, com uma perda de R$ 339,6 bilhões em valor de mercado nos últimos dois anos. A desvalorização das ações na Bolsa de Valores afetou diversos setores, impactando a indústria, a taxa de desemprego e a arrecadação de tributos no país.
No período entre 2014 e 2017, o comércio varejista brasileiro vivia um “ciclo de ouro”, com um crescimento médio de 7% ao ano nas vendas. No entanto, de 2015 a 2022, o cenário mudou drasticamente, resultando em um recuo médio de 0,1% ao ano.
O consumo das famílias corresponde a 60% do PIB brasileiro, e o varejo representa uma parcela significativa desse total. A crise no setor afetou a indústria e a taxa de desemprego no país, já que tradicionalmente o varejo é a porta de entrada para jovens no mercado de trabalho e emprega cerca de 20% dos trabalhadores formais da economia brasileira.
A queda no valor de mercado das empresas de varejo foi influenciada pela crise na Americanas, mas também atingiu outras 23 varejistas, incluindo Assaí (ASAI3), Magazine Luiza (MGLU3), Americanas (AMER3), Via (VIIA3), Mobly (MBLY3) e várias outras As ações dessas companhias recuaram, em média, 59,3% nos últimos 24 meses.
Juros altos, inflação persistente em níveis elevados e renda estagnada contribuíram para a redução do poder de compra dos brasileiros, o que impactou negativamente as vendas no varejo. Mesmo o breve aumento nas vendas durante a pandemia não foi suficiente para reverter o cenário adverso.
Além das consequências diretas para a indústria e o emprego, a crise no varejo também afeta a arrecadação de tributos, especialmente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que representa uma fonte importante de receita para os estados brasileiros.
Diante deste cenário desafiador, o setor varejista enfrenta a necessidade de se reinventar e buscar soluções para contornar a crise e retomar o crescimento. Ações como investimento em tecnologia, inovação e maior eficiência na gestão podem ser cruciais para a recuperação das empresas e, consequentemente, da economia brasileira como um todo.
*Opinião – Artigo Por Jackson Pereira Jr., empreendedor, diretor do BNTI, fundador e CEO do Economic News Brasil.
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