Melhora na economia e planejamento financeiro contribuem para redução do endividamento na capital cearense.
A Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, conduzida pela Fecomércio-CE em parceria com o IPDC, revela que 70,6% dos consumidores da capital cearense estão endividados, o menor índice desde dezembro de 2020, retornando a patamares pré-pandemia. O número representa uma queda de 4,8 pontos percentuais em relação ao bimestre anterior.
O levantamento aponta que mulheres, indivíduos com mais de 35 anos e famílias com renda mensal superior a dez salários-mínimos enfrentam maiores dificuldades para quitar suas dívidas. O tempo médio de atraso é de 72 dias, e a principal razão para o não pagamento é a necessidade de postergar o pagamento para direcionar recursos a outras finalidades, representando 47,0% das respostas.
Os fortalezenses comprometem, em média, 40,5% da renda familiar com o pagamento das dívidas. Os instrumentos de crédito mais utilizados são: cartão de crédito (78,1%), financiamento bancário (14,0%), empréstimos pessoais (8,3%), carnês e crediários (3,9%) e cheque especial (1,4%). As principais causas do endividamento são gastos correntes, incluindo compras de alimentos a prazo, pagamento de aluguel residencial, educação e despesas de saúde.
A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que provavelmente não conseguirão honrar seus compromissos financeiros, subiu 2,0 pontos percentuais, chegando a 11,1% no bimestre março/abril. Esse indicador mostra maior prevalência entre mulheres, pessoas com mais de 35 anos e famílias com renda mensal inferior a cinco salários-mínimos.
O estudo destaca que o planejamento orçamentário inadequado é um dos principais problemas no controle do endividamento. Segundo a pesquisa, 79,9% dos consumidores de Fortaleza afirmam realizar orçamento mensal e acompanhar efetivamente seus gastos e rendimentos, enquanto 10,5% não possuem orçamento e 9,6% não controlam adequadamente os gastos.
Os fatores que os consumidores consideram mais relevantes para o endividamento incluem a falta de orçamento e controle dos gastos (56,1%), compras por impulso (19,6%), aumento de gastos essenciais (16,7%), redução de rendimentos (14,4%), desemprego (12,8%) e gastos imprevistos (11,5%).